terça-feira, 2 de junho de 2009

Risco & Benefício


Leandro Altheman

Dizem que cachorro mordido de cobra tem medo de lingüiça. É verdade. Desde que cheguei a Cruzeiro do Sul, em 2000, tentei algumas vezes levantar o debate sobre quais seriam os impactos, não ambientais, mas sociais e econômicos da BR 364 na vida de Cruzeiro do Sul e região. Decidi parar de falar nisto para evitar um linchamento em praça pública. Ainda com a memória do embargo da obra, durante o governo Orleir Cameli, a população não estava disposta a falar sobre isto, e a BR continuava sendo vendida e comprada como a salvação da lavoura para o Juruá.
No entanto, a medida que a conclusão da BR vai ficando cada vez mais palpável e um embargo da obra, improvável, também parece que a sociedade juruaense vai tendo mais disposição em enxergar a BR com um olhar mais realista e a perceber que haverão sim, impactos na vida das pessoas.
Durante as eleições municipais do ano passado, chegou a se falar sobre o fato de que Cruzeiro do Sul haveria de se preparar para a chegada da BR. No entanto, em meio ao calor do debate eleitoral, esta discussão ficou esquecida.

Neste blog, trataremos eventualmente de alguns destes impactos. Não para jogar areia nos sonhos de ninguém, mas no sentido de antever problemas e pensar soluções.

Problema: Tráfego de Caminhões Pesados

Um dos pontos mais óbvios destes impactos é com relação ao tráfego da cidade. Basta dar uma olhada no centro de Cruzeiro do Sul no tempo do verão, para se ter uma noção do caos que será o trânsito de nossa cidade com a BR aberta. Vamos juntos caro leitor, fazer um breve exercício de imaginação. Imagine o centro de Cruzeiro do Sul com um tráfego diário de dezenas de carretas chegando com diferentes mercadorias. Terá lugar para todos eles? Agora imagine as ladeiras esburacadas e mal sinalizadas sendo percorridas por estas carretas de 8, 10 e 12 toneladas. Haverá perigo para pedestres e veículos?

Sugestão: Terminal de Cargas

Por esta razão talvez já seja hora de começarmos a pensar um terminal de carga e descarga em alguma área fora da cidade. Se pudermos desviar o tráfego pesado para um terminal, estaríamos evitando uma série de problemas, e facilitando a fiscalização por parte da Receita Estadual, Polícia Federal e Vigilância Sanitária. No entanto, um dos benefícios sociais, seria o fato de que a categoria dos freteiros não seria prejudicada, e poderiam trabalhar com a distribuição destas mercadorias em caminhões menores.

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