sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Da Selva aos Andes - Parte 3 “Hasta Cuzco”

Leandro Altheman

Assim que sai de Marcapata iniciei uma nova subida, desta vez ainda mais íngreme. No entanto, após 5 km o asfalto surge novamente e a estrada, em que pese a altitude, é segura. Apesar disso, a moto mal conseguia ultrapassar os 20 km/h e em alguns momentos tive que zigzaguear na pista para que ela nao morresse de todo. Alguns quilometros adiante tive a visao do nevado Auzangate o maior da regiao com mais de 6.300 metros de altitude.
A carretera, no entanto tem o seu ponto culminante a 4.725 metros de altura, de onde entao comeca a decida novamente. Neste momnento revela-se uma paisagem totalmente diferente, mais seca, com muitas casas feitas de adobe (tijolos feitos barro e palha), mas também muito acolhedora, com suas lhamas e alpacas pastando nos campos próximo a estrada. Depois d edescer a cerca de 3 mil metros de altiutudes cruzamos o rio Vilcanota, que mais na frente ganha volume de águas e passa a se chamar Urubamaba que é um dos principais formadores do Amazonas. Depois voltamos a subir novamente até os 4.125 metros e descemos de novo desta vez até cruzar o rio Ocongate. A partir daí já estamos bem proximos de Cuzco. Passamos ainda pela cidade de Urcois, com sua praca e mercado movimentados, turistas do mundo inteiro e ônibus que oferecem transporte para Cuzco. A partir daí inicia-se uma suave descida até Cuzco passando por diversos pequenos municipios. Após atravessar-se uma área urbana caótica e barulhenta, chegamos finalmente ao Centro Histórico de Cuzco, e a partir daí tem-se a impressao de se estar em um novo universo: Ruas limpas, predios historicos bem cuidados do tempo colonial, e sitios arqueologicos pré-colombianos no meio da cidade. Nas ruas de Cuzco passeiam gente de todo mundo, europeus, principalmente, mas também muitos latino americanos e os próprios cuzqueños que adoram aproveitar a beleza da sua mundialmente famosa “Praca de Armas”.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Da Selva aos Andes Parte 2 : Déjà Vu em Marcapata

Leandro Altheman

Entre as pedras e as águas

A cada curva em torno dos paredões de pedra, as transformações na paisagem vão ficando cada vez mais evidentes. Vão desaparecendo as arvores grandes, e surge uma vegetação rasteira, musgos e liquens que cobrem as rochas, embora nos pés das montanhas ainda seja possível identificar espécies típicas da Amazônia como embaúbas e cana-brava.

Em certa altura, a vegetação praticamente desaparece, para reaparecer novamente mais adiante. Mas há um trecho que a viagem é puramente no “reino mineral”, entre rochas nuas de diferentes tonalidades. No meio, uma corredeira cada vez mais forte. Neste trecho da viagem deparei-me com uma das principais preocupações com relação a viagem. Tive de atravessar por diversas vezes trechos por dentro d´água. As vezes não é possível determinar com exatidão a fundura do rio, e também existe a possibilidade de se bater e um pedra. As primeiras travessias foram tranqüilas e a água não chegou a ameaçar o motor da motocicleta. A água, tão pura e cristalina, muito convidativa para um banho, quando ainda faz calor. Em um destes não resisti e cai no banho, como havia visto diversos caminhoneiros fazendo trechos atrás. Uma das coisas que torna a viagem especialmente atrativa é que existem diversos pontos, onde se é possível parar, admirar a paisagem, descansar, enfim, aproveitar ao maximo. Uma impressão do Peru de minha primeira viagem em 1999 ao Peru que se confirmou agora: diferentemente do Brasil, não há cercas separando os terrenos e muita terra na verdade parece ser estatal ou comunal o que permite-se andar livremente por grandes áreas. No Brasil, há cerca ate no meio do Pantanal.

Bem, depois de passar por algumas corredeiras inofensivas, a brincadeira foi ficando mais seria, e comecei a cruzar trechos de maior profundidade. Em um deles a coisa ficou tão funda que a moto morreu no meio de uma corredeira capaz de empurrar a moto longe. De pronto, pulei da moto e a empurrei ate o outro lado da margem. Felizmente ela ligou rápido e expulsou a água do carburador.

Apu

Em uma certa altitude, parei para urinar. De repente, me vi constrangido diante da enorme presença que se erguia a minha frente. Uma das mais espetaculares montanhas que já havia visto. Ao meu redor, estava cercado por elas: imponentes, majestosas. Percebi que estava entrando em um reino diferente. Sem saber como ou porque saquei de minha mochila, um pequeno saquinho com folhas de coca. Guiado por algum tipo de inspiração ou forca divina, chame como quiser, ergui as folhas acima de minha cabeça pedi a proteção daqueles senhores e lembre-me de seu nome em quéchua: Apu. Os Apu no que pude entender são aspectos divinos da natureza presente na forca dos elementos.
O fato é passei pelas altitudes com uma boa dose de segurança e tranqüilidade. Não sofri nenhum dos efeitos da altura como desmaios, tonturas ou enjôos. No entanto, soube também nesta hora que para ter a sua proteção é preciso respeitar a montanha. Despir-se da arrogância de quem acha que vai “vencer” a montanha. Ninguém vence a montanha. Nossos filhos e netos já terão partido deste mundo e a montanha ainda estará lá.

Cruzando os Andes em um barbeador elétrico

O mesmo não pode ser dito de minha motocicleta, embora valente ela começou a sofrer os efeitos da altitude por volta dos 2 mil metros, quando começaram as primeiras falhas. Por volta de 3 mil, o motor parecia a de uma enceradeira e a 4 mil, um barbeador elétrico. E neste trecho ficam as piores subidas, o que exige ainda mais da motocicleta. Ultrapassar é totalmente impossível, e ela não chega a 20 km por hora. Cruzei com motoristas de caminhão, de carro e motociclistas e todos me dizem o mesmo: “Es normal,pero se llega, despacio”. Ou seja, não havia muito o que fazer, somente ter paciência para ir devagarinho ate chegar lá.

Déjà Vu em Marcapata

Eram cerca de 4 horas da tarde quando cheguei ao vilarejo de Marcapata, há quase 4 mil metros de altura. Já estava dirigindo há 13 horas portanto, e o normal era que estivesse muito cansado. Mas o que provocou meu maior cansaço não foi o frio, que a esta altura já era bem forte, nem as rajadas de vento, nem a chuva fina e fria que molhava me corpo e sim, a fraqueza da motocicleta. Acho que resolvi parar mais em respeito a ela do que a mim mesmo, que ainda encontrava-me disposto a seguir viagem.

No vilarejo, fui tomado por uma sensação fora do comum. Primeiro parecia que as pessoas já me esperavam, o que é deveras estranho para um lugar onde não há fluxo de turistas. Antes de procurar hospedagem para mim, procurei para a moto, afinal ela merecia descansar sob uma garagem, depois de todo seu heroísmo.

Depois de guarda-la sob o conforto de um teto, procurei um teto para mim mesmo cheguei a uma casa, onde a dona hospeda principalmente trabalhadores da Transoceânica. Os quartos são coletivos, mas peguei um quarto sozinho. O local quente e aconchegante, alem de limpo, embora estivesse faltando água.

Depois de tirar a roupa úmida, desci de meus aposentos para uma copa, onde se servia a janta. O Clima era de uma taverna de tempos antigos, as pessoas eram fregueses, ais ao mesmo tempo, amigos dos donos. Todos tratavam-se como conhecidos enquanto aguardavam sua sopa quente. A experiência de chegar a Marcapata daquele jeito foi riquíssima, por que tive a oportunidade de participar da intimidade do cotidiano da comunidade. Sem prepara para o recebimento de turistas, tudo que tinham a oferecer era sua hospitalidade. Sentei-me em uma mesa em que estavam dois trabalhadores da transoceânica, um de Lima e outro de Cuzco, e pude perceber a diferença marcante de personalidade. Enquanto o limenho era brincalhão e falador, o cuzqueño era mais reservado, mas de uma gentileza e generosidade sem par. Na mesma mesa ainda estavam um jovem medico que trabalhava no posto de saúde da comunidade, e uma jovem local, perto dos 25 anos, de família de agricultores.

Todos conversavam animadamente e minha presença parece que os animou ainda mais. Em diversas vezes, ali, como em todo Peru, referiam-se ao Brasil como “O Pais más grande del mundo”. Enquanto explicavam-me como são as formações das cordilheiras, suas passagens ou “passos”, tive uma sensação muito interessante: tive a nítida impressão que já havia vivido aquela exata situação antes, o mesmo lugar, as mesmas pessoas, a mesma conversa e os mesmos pensamentos, inclusive. Para mim, foi como se eu estivesse vivendo uma situação já antes profetizada em sonhos. A sensação é conhecida e tem ate um nome próprio “Deja Vu”. Para uns trata-se apenas de uma “confusão” no cérebro, como uma miragem. Já para outros, ela seria o resultado de que presente, passado e futuro existem unidos e de alguma forma se tem acesso as trilhas invisíveis que nos conduzem nos destinos. Uma explicação absurda, mas que tem o aval da moderna física quântica. Seja qual for a explicação o fato é que vivi intensamente, o que reforçou a minha idéia de estar realizando um caminho, antes de tudo, espiritual.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Da Selva aos Andes em Duas Rodas (Parte 1)

Leandro Altheman

Sai de Puerto Maldonado as 3 da manha e viajei as primeiras horas totalmente no escuro. A estrada contudo era segura, e pude viajar com absoluta tranqüilidade. Quase não havia trafego, embora nos primeiros quilômetros passassem por mim muitos táxis para pegar clientes na área peri-urbana de Maldonado, onde estão a maior parte das casas noturnas. Mas depois de alguns quilômetros, a estrada ficou praticamente deserta.Percebia apenas que estava em uma leve, mas constante subida.

Algumas horas depois o sol surgiu atrás de mim, lançando os raios da aurora por cima de minha cabeça.

Quando tudo começou a ficar mais claro, comecei a perceber que estava em uma região de floresta, mas com um solo totalmente diferente da região do Juruá. Ao invés do barro, lama e dos terrenos arenosos, imensas quantidades de cascalho brotavam a superfície, especialmente nos córregos que cruzam por baixo da pista. A água também, ao inves de barrenta ou negra como em nossa região, límpida e cristalina.

A paisagem é bela e a estrada, boa e segue tranqüilamente assim ate a localidade Quince mil, onde surge um aviso diante do condutor: “Peligro de Muerte”. Daí para frente a estrada fica mais perigosa e também mais bonita. Contudo, é perfeitamente possível dirigir sem pressa e observar a paisagem. A estrada alias é uma obra admirável de engenharia, pontes suspensa a grandes altura em terrenos íngremes e curvas muito angulosas. Ainda assim, na maior parte da viagem há pista dupla, o que possibilita dois carros passarem em sentidos opostos. As exceções são os trechos em obras que são em geral bem sinalizados enquanto um funcionário da construtora regula o transito com placas abrindo e fechando para cada um dos lados. Absolutamente seguro. Algo que não vi, por exemplo, na BR 364 e que muitas vezes cria grandes complicações especialmente para os caminhoneiros.

Um dos trechos mais incríveis da viagem e o cruzamento do rio Inambari. Uma admirável ponte suspensa cruza o rio em grande altitude. Em algumas passagens o rio esta bastante deteriorado pelo efeito da mineração. Vemos nele uma água barrenta, e uma grande quantidade de cascalho fora de lugar, o que mudou um pouco o leito natural do rio. Mais acima, o rio apresenta sua beleza natural. De uma lado vemos o rio com seu grande caudal, corredeiras impressionantes que descem dos Andes em meio a floresta. A Floresta neste ponto, me lembrou um pouco a Serra do Mar. Imensos paredões de pedra cobertos com uma vegetação exuberante, muitas flores exóticas como orquídeas nascem em meio as arvores. Apesar da semelhança com a Serra do Mar, a paisagem supera em imponência, pois o rio que corre é imenso e os paredões de pedra se erguem a alturas inimagináveis no Brasil.

Cada curva na montanha é um mergulho mais para dentro dos Andes, é possível muitas vezes perceber a mudança de clima de vegetação a cada volta, para muitas vezes retornar ao bioma anterior. Isto por que a viagem, embora seja para o alto é feita de subidas e descidas, há vales profundos no interior que não são possíveis de serem cruzados no alto, então é necessário descer até quase o nível do rio, para novamente uma ponte cruzar para o outro lado. Então começa-se uma nova volta subindo pouco a pouco.

Mais adiante percebi uma mudança significativa na vegetação. As arvores, cada vez mais finas, são agora cobertas por liquens e musgos, muitas tem raízes aéreas. Uma forma de captar a umidade do ar, uma vez que a camada de solo é muito pequena até a rocha nua... (continua na proxima postagem)

PS: Os erros de ortografia se devem grande parte ao teclado espanhol que
nao possui os mesmo acentos graficos do português. Agradeço a compreensao!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Fronteiras

Leandro Altheman

De certa forma foi este incontido e inexplicável desejo de viajar, de expandir os limites para além do conhecido que me trouxe ao Vale do Juruá. Mas depois servir por três anos a Marinha do Brasil, percebi que a “visao de marinheiro” nao me bastava mais. Uma visita esporádica a muitos lugares permite apenas uma visao limitada, descomprometida. Com o Juruá nao bastava um simples namoro, a paixao foi tanta que resolvi casar e ser filhos. Enfim entranhar-me na realidade, deixar com que o sol, as águas, a terra e as gentes, me mudassem por dentro e por fora. Extrapolar as fronteiras de minha própria identidade. E assim se passaram dez anos e a identidade que antes fora nova já começa a pesar como uma incômoda carcaça que me impede de enchergar com maior profundidade, minha verdadeira e sagrada identidade.

E assim, como a um filho que chega a hora de nacer, surge novamente este inexplicavel desejo, que soa como ordem dentro de meu ser.

A viagem, em si, começa antes do primeiro passo, quando se decide, enfim, viajar. Entao estao lá, de prontidao, todos os medos como guardas cuidadosos que utilizarao d etodas suas manhas para nos fazer desistir. Há muitos mais motivos para nao faze-lo do que para realizar a viagem. Por isso, a razao nao conta. Há algo maior, misterio profundo que diz: “vai, segue em frente”.

Na primeira parada encontro a mim mesmo: estou só, magro e cansado. Fui deixado de lado por mim mesmo enquanto alimentava desesperadamente… O que mesmo? Nem me lembro! E de pensar que vivia dia após dia uma selvagem luta para cumprir metas e objetivos exteriores a mim, que nao me traziam mais compensaçao do que uma sardinha traz a uma foca que com sucesso, equilibra a bola no nariz. Chega uma hora que os aplausos do fim do dia nao mais ajudam.
Magro, sozinho e cansado sou presa fácil de minhas próprias ilusoes.

Mas nao agora. Depois de consagrado na poeira da estrada, com o vento nos cabelos, sou outro. Ou melhor, longe de do que achava ser eu, sou mais eu mesmo.

“Vou me encontrar longe do meu lugar, eu, caçador de mim” –

Milton Nascimento – Caçador de Mim

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Impressões da Capital


Leandro Altheman

Alguns dias em Rio Branco me fizeram enxergar melhor algumas contradições que tornam tão incrível este estado que é o Acre.
Cada dia vivido na Capital torna mais evidente que existem realidades muito distintas no Acre. Não é de se estranhar que muitas vezes nossa voz soe tão fraca, tão impotente nas ermas paragens do Juruá. Nossos conterrâneos da capital estão em outro nível civilizatório. Aqui se dispõem de produtos, serviços e comodidades que ainda sequer sonhamos em Cruzeiro do Sul.
Uma visita à gôndola de verduras e legumes do maior supermercado de Rio Branco é como entrar em um novo mundo, desconhecido da maior parte dos juruaenses. Mas para não ficar no óbvio, tão cantado em versa e prosa do alto custo de vida de Cruzeiro do Sul, relacionei também outros aspetos, que às vezes passam despercebidos por quem se encanta com as facilidades da capital.
O primeiro, é que geralmente quando se fala em custo de vida, não se leva em conta o alto custo da habitação em Rio Branco, exceto para uma minoria privilegiada, a maior parte da população vive em casas apertadas em bairros periféricos, muitas vezes sem um quintal para as crianças brincarem. A falta de água é uma constante. Em Cruzeiro do Sul ainda é relativamente fácil para uma família, mesmo de baixa renda, morar em uma casa decente, com quintal e sombra. O calor aliás, aqui é infernal, devido à reduzida quantidade de árvores da área urbana e nos arredores.
O trânsito é caótico, fruto de uma cidade que cresceu sem planejamento, as ruas estreitas, com muitas conversões proibidas, não suporta o crescente aumento da frota de automóveis e o resultado é um trânsito de deixar qualquer um, enlouquecido.

A verdade é que diferentemente de Cruzeiro do sul e de Sena Madureira, cidades criadas como tal, para cumprir a função de capitais, Rio Branco é um seringal que virou cidade, verdade inconveniente que muitas vezes o pessoal daqui não gosta de lembrar.
As muitas novas e grandes avenidas construídas durante as últimas administrações, são uma exceção, e não é difícil entender porque as administrações da frente popular são idolatradas em Rio Branco: um ponto simples e convincente é que a abertura de pontes, avenidas e rodovias valorizou imensamente os imóveis em Rio Branco beneficiando desde o grande empresariado até ao pequeno morador de uma antes esquecida colônia na periferia da capital.

Ah!Também não passa despercebido o pobre e triste rio Acre, trabnsformado em um "igarapé", ou "boulevard" que cruza a cidade, com o pouco que restou de navegação no histórico rio de combates e batalhas da Revolução Acreana. Resultado da ocupação indiscriminada das margens.
Uma Cruzeiro do Sul de mentirinha

Nos jornais de Rio Branco não faltam notícias sobre Cruzeiro do Sul, a maioria, pura mentira. Os jornais trazem informações sobre a “excelente” (sic) administração do prefeito Wagner Sales. Nada como dinheiro no bolso para fazer sorrir os carrancudos empresários da comunicação da capital. Até aí, tudo bem, divulgar as ações da prefeitura (que existem, sim, é verdade) é uma coisa normal, resultado de bom trabalho de sua assessoria. Daí, alguns imbecís escreverem em sua coluna que a administração do prefeito Wagner Sales é uma “unanimidade”(sic), é um puro e total exagero. O tipo de falácia que às vezes me envergonha de pertencer à classe jornalística. Com isso, cometem um verdadeiro desserviço á população, em especial, aos milhares de cruzeirenses e juruaenses que adotaram à capital em busca de melhores condições de vida e oportunidades. Lendo com uma certa dose de revolta um destes jornais cheguei a afirmar “não sei onde fica esta Cruzeiro, com certeza não é a mesma em que eu vivo”