terça-feira, 14 de setembro de 2010

May Ushin:Crônicas Ucayalinas



Leandro Altheman

Estamos em uma pequena cerimonia conduzidos pelo maestro. Ao meu lado, um jovem limeño de 25 anos, vomita e geme passa mal de verdade. O maestro entao canta em sua lingua e percebo em elas surgir a palavra marijuana.
Ao final, o Maestro lhe pergunta se tudo está bem.
- Puta la madre, ahora estoy! Responde o Limeño.
- La marijuana és una grand medicina, pero hay que saber maneja-la. Por hora, es mejor que no a fume más. Diz o Maestro

- Si, si maestro

Conselho médico, nao doutrina.


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Estou diante de Mama Tuca, uma maestra Shipibo. Algo me incomoda. Ela me pergunta:
- ¿Usted toma San Piedro?

- Sí. Hay tomado ya

Entao Mama canta para o San Piedro e depois me explica que en sua visao, em uma das vezes em que tomei San Pedro (Wachuma), poucos dias depois devo ter comido algo preparado por uma mulher menstruada. Totalmente possivel, uma vez que estava viajando e comia em varios lugares. Dsse que como eu ainda estava no período de dieta, ou resguardo do San Pedro, aquilo me fez mal. O fato que ela antando foi coio se algo se desprendesse do meu abdomem, produzindo grande alívio.

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Passamos por uma cerimonia de mais de 6 horas de duarçao. Vi de tudo. De Jesus Cristo a Satanás, passando por anjos, santos e plantas. Vi meu proprio corpo de diferentes ângulos. Vi que dentro de mim coexistem diferentes sistemas de interpretaçao: cristao, politeista, marxista, cartesiano, e por aí vai. E neste aprendizado com a ayahuasca, simplesmente nao dá para escolher um e abandobnar o resto. Há que se compreender tudo que se passa dentro de cada um. Mas sob uma ótica xamanica, estamos ali para observar tudo e nao necessariamente acreditar em nada. Liberdade afinal.

Dom Norberto encerra a cerimonia:
-Jesus Cristo eres nuestro abogado. Cura, cura, limpia limpia todos nuestros três cuerpositos...


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