quinta-feira, 7 de abril de 2011

Fanatismo e Proselitismo

O trágico episódio ocorrido no Rio de Janeiro trouxe a tona algo que há muito tempo já queria compartilhar com os leitores. A violência cometida pelo estudante é uma expressaõ do fanatismo religioso.
Mas, se o fanatismo a ponto de se matar em nome de deus seja um episódio incomum, não o é o proselitismo religioso que está sendo praticado nas escolas de Cruzeiro do Sul.

Meus filhos já comentaram comigo, várias vezes, de constrangimentos passados na escola por conta das supostas "aulas de ensino religioso". Ocorre que muitos professores interpretam que "dar aulas de religião" é o mesmo que "evangelizar".
É algo bem distinto, e "evangelizar" não é papel da escola, especialmente de escola pública de um país laico.

"-Papai qual a religião que eu sou?", perguntou-me a pequena Isabel
-"Você é uma filha de Deus, minha filha. Por hora basta você saber isso. Você terá tempo de decidir a qual religião quer pertencer", respondi

"- Pai, a professora me perguntou qual era minha religião, e eu disse que era espírita, então me disseram que isso era errado", disse meu filho Jordano que é batizado no Centro Espírita Beneficente União do Vegetal.

Esse é o tipo de diálogo e discriminação que está acontecendo nas escolas de Cruzeiro do Sul por conta de religião. É um barril de pólvora que poderá estourar mais tarde.
Quem não se lembra do caso do rio Tauarí, em que fanáticos promoveram um massacre em nome de seu deus?

Anos atrás foi distribuído nas secretarias de educação de todo país um material produzido para o ensino religioso. O material era extremamente eclético e contemplava não apenas os diferentes segmentos de religiões cristãs, mas judaísmo, islamismo, budismo, xamanismo, cultos africanos e etc... Chamava-se "O Transcendente". Neste material dizia-se que o ensino religioso deve ser ministrado tendo como base os valores humanos de amor e respeito ao próximo que são inerentes a todas as religiões do planeta. Valores que são desrespeitados na medida em que se tenta em sala de aula, impor algum tipo de fé, ou constranger os estudantes por conta disso.

Talvez a imagem publicada choque algumas pessoas. A intensão é essa mesma: alertar para o absurdo que é alguém matar em nome de Deus. Muito se fala do fundamentalismo islâmico, mas o fundamentalismo cristão tem crescido a cada dia em nosso país.

4 comentários:

  1. Eu acredito mesmo que o fundamentalismo cristão cresce a cada dia e é preocupante. Quando ao ensino reliogiso nas escolas que serve para doutrinar deveria ser PROIBIDO. O que deveria existir eram aulas que abordassem todas as crenças e seus histórico, princípios e valores, mas infelizmente sempre hão de querer transmitir o que julgam como certo. Acho desrespeitoso, na verdade inadmissível que professores digam a uma criança que sua fé é errada. O rapaz era fanático religioso cristão, isso é fato, está comprovado. Se o autor da tragédia fosse ateu ou agnóstico ou espírita ou budista, uma enxurrada de críticas estariam espalhadas, mas como era cristão, abafa-se. Este jovem que cometeu atos insanos, não é tão somente vítima da sociedade como foi dito, é vítima da religião que aliena, incita medo, ódio e preconceito. Li em algum lugar que um menino foi poupado pelo assassino-suicida porque era evagélico e vários evangélicos rejubilaram-se! É um servinho poupado porque era evangélico. Pra você ver NÍVEL DE ESTUPIDEZ das pessoas. Então isso quer dizer que os demais que morreram NÃO MERECERAM A PIEDADE DIVINA? Só uma criança evangélica? As pessoas NÃO PENSAM por si. Isto é DOENTIO e LAMENTÁVEL.

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  2. Eu sei que o espiritismo, a maioria das vertentes são cristãs, mas os cristãos tradicionais em especial os evangélicos acham que é coisa do demônio. Lembrei de uma professora que conversou com o diretor da escola em que os filhos estudava e pediu que durante as aulas de religião ficassem na biblioteca. Muito digno da parte dela. Aconteceu no Paraná.

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  3. Fanatismo: estado psicológico de fervor excessivo...
    Não vejo o massacre de Realengo, RJ como ''fanatismo religioso''. Pelo que pude observar do caso o assassino era fanático por violencia, terrorismo... Essa foi a conclusão que tirei baseada em suas ''atitudes'' nos meses que antecederam o ataque, até mesmo nos rascunhos encontrado em sua mochila.
    Não conheco alguma religião que pregue o terrorismo com doutrina ou segmento religioso. Acredito que existe um céu e um inferno, um Deus e um diabo, portanto acredito que, mesmo ele tendo uma religião, cuja ninguem sabe qual seria de fato, ele tinha tendencias suicídas além de ser obsecado por violencia. Acredito sim, que ele estaria possuido pelo demonio para cometer tal barbaridade.

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  4. Possuído pelo demônio? TENHA DÓ. Esse povo acredita em tudo. Afe!

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