quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Se fazendo de vítima...


Nada mais falso do que a informação plantada na imprensa da capital de que Rogerio Wenceslau teria sido demitido por pressão política de Wager Sales. É aquele tipo de boato que pega fácil, as pessoas somam 2+ 2= 4 e tiram suas conclusões. Esta foi uma das razões pela qual escrevi uma carta durante minha saída, para que não que ninguém fosse buscar pêlo em ovo. Digo com conhecimento de causa que as razões são somente de ordem interna.

Quem sabe da verdade sabe também que durante a maior parte do tempo Rogério defendeu a prefeitura. Custo a acreditar que tenha sido por razões ideológicas. Não faz o perfil dele. Como apresentador, sempre pegou mais pesado contra o governo e a Frente Popular. A decisão de apertar o cerco contra a prefeitura foi definido como linha editorial com base no simples argumento de que a prefeitura já passava de 2 anos de mandato, enquanto o governo tinha na época apenas 60 dias(pode-se argumentar que a governo da FPA tem mais de 12 anos, mas o fato é que ESTE governo havia sido refernedado a apenas 60 dias). O colega sempre foi muito relutante em fazer contra prefeitura, os mesmos comentários que fazia contra o estado.
A razão das mudanças no final do seu "reinado", realmente não sei. Mas posso imaginar algumas. Nunca houve ingerência desta natureza por parte da prefeitura ou do governo. Sempre foram normais as reclamações de acessores e pedidos de resposta de ambos os lados, mas nunca ao ponto de "pedir a cabeça."

Na verdade Rogério sempre foi muito bom em criticar e desqualificar o trabalho de sua equipe, mas não aceita ser chamado a atenção pois crê que está acima do bem e do mal. Aí a razão de sua demissão, como diria um sábio sufi "claro como leite de camela"

O que acontece de verdade é que tem gente querendo se promover demais através da TV Juruá e isso é normal e aceitável, até certo ponto. Mas quando vira palco de debate e agressões pessoais, disse-me- disse, a emissora deixa de cumprir sua função e embora uma minoria talvez ache o máximo, a maior parte do povo acaba ficando desassistida.

Aliás, o amigo que está achando ruim ter perdido espaço na emissora, ao invés de criar ficções verossímeis deveria olhar para o lado para saber qual a verdadeira razão da instabilidade dos profissionais de jornalismo...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Boas Supresas na Capital

Com uma semana de Rio Branco, já começo a me adaptar a este trânsito meio maluco e a compreender um poucoda dinâmica da cidade, que é bem diferente de CZS por sinal.
Mas no geral, nesta semana, as surpresas positivas superram de longe qualquer expectativa negativa que tinha sobre a capital.

* A primeira delas veio na forma de uma exposição realizada pelo professor Amilton Peregrino de Matos, do curso de docência indígena do Campus Floresta (CZS) da UFAC. A exposição trouxe desenhos dos indigenas Huni Kuin do Jordão retratando as mirações da ayahuasca. A maior surpresa foi a grande presença do público que lotou o local para ouvir as apresentações musicais dos Huni Kuin, de Shanehu Yawanawá e do grupo do sr. Antônio Pedro, que traz um som de raíz dos seringais do vale do Acre. Tenho certeza que uma exposição como esta em CZS não reuniria mais do que uma dúzia de gatos pingados, mas aqui, o público apareceu.

* A segunda foi o show do Mawaca um grupo musical do sudeste. O estilo poderia ser chamado de "etnic music" - uma releitura das musicas e tradições dos povos ao redor do mundo, com enfoque nos nativos brasileiros. Aconteceu no Teatrão e foi casa cheia. Com dança e música de primeiríssima qualidade, as "meninas" conseguiram vencer a perplexidade e apatia do público jovem e provocar aplausos entusiasmados na platéia. Conhecendo a realidade do: sexo e corote sem Rock n' Roll de CZS acho que seria dificil mobilizar o público com este tipo de proposta.

* A terceira foi conhecer um grupo de pessoas que trabalha as questões ambientais na Trasancreana. Não são ongueiros de gabinete com ar condicionado, nem gente com DAS para perturbar produtores, mas gente que com muita boa v0ontade, põe os pés no ramal e vão fazendo o trabalho do beija-flor de apagar incêndios e concientizar os produtores. O trabalho deste peuqneo grupo já tem dado resultado e podem-se ver as mudas de árvores e as APPs sendo preservadas e recuperadas, além de conseguirem impedir a venda ilegal de terras.
Essa gente com pé no chão e amor no coração está conseguindo ter sucesso em fazer algo onde às vezes o estado falha.

* Em outras palavras, é muito bom saber que existe vida social além da política, das relações de interesse e familiares, e as pessoas possam reunir-se por suas afinidades e agir de acordo com uma causa comum. Um movimento que será cada vez mais a nova realidade, a partir das redes sociais que substituem a antiga hierarquia piramidal por uma eficiente teia, onde todos podem ser os protagonistas da mudança.

* Em Rio Branco, este fenômeno ganha uma coloraão ainda mais interessante pois a cultura das tribos urbanas, encontra a tempo, as tradições ancestrais das tribos que ocupam esta floresta desde os tempos imemoriais.

* A propósito, para quem ainda não sabe, o cabelo estilo Moicano, que hoje virou moda entre os adolescentes e jogadores de futebol, é uma adaptação do estilo punk dos anos 70-80, mas era usado inicialmente entre índios norte-americanos de mesmo nome, os Moicanos.