domingo, 20 de novembro de 2011

Bicadas


- Ibama: ruim com ele pior sem ele.

O fechamento do escritório do Ibama em CZS deixou muita gente feliz com certeza, mas sem um órgãos fiscalizador podermos ter problemas em breve se as pessoas começaram a fazer do jeito que querem. mandar fiscais de RBR não vai dar certo, como nunca deu em nenhuma área. O problema é que a política ambiental sempre foi impopular, porque sempre foi imposta de cima para baixo. A política ambiental tem que ser construída coletivamente com base em um único argumento: o planeta é um só, compartilhamos os mesmos recursos naturais. É uma questão de bom senso e chegaremos a um denominador comum. Tenho fé na humanidade.

- Cobre de Palha

Quem me conhece sabe que sou do tipo "perco o amigo, mas não a piada" e uma brincadeira no face com o vereador Paulo Soriano acabou se tornando mais polêmica do que imaginei. Na postagem o nobre vereador dizia que estaria lutando por recursos para conseguir ar condicionado para as salas de aula da UFAC. Sugeri, em tom de brincadeira, que cobrisse de palha, pois ficava mais barato. Estou vivendo em Rio Branco e houve mês que a conta de luz veio em torno de 300 reais por conta do ar condicionado. Ora, isso é insustentável até do ponto de vista econômico, o que se dirá do ambiental. Não significa que seja contra a ação do parlamentar que também é aluno da UFAC e está lutando por uma demanda coletiva. Aliás só o tenho a parabenizar pela ação.
Mas já é hora, de os estudantes começarem a pensar coletivamente o mundo em que vivemos. O campus Floresta foi criado com este objetivo. Se for para repetir o mesmo modelo "de fora" não seremos mais do que uma faculdade de qualidade duvidosa lutando para não ter cursos fechados pelo MEC por avaliação insuficiente ou arriscar ir além e apostar em algo inovador e se tornar uma referência mundial.

Claro que para isso terão de vencer a estrutura arcaica da universidade que ainda parece viver no século XIX. (Com todo respeito a professores e coordenadores, estou questionado a estrutura acadêmica e não o vosso trabalho).

Resta saber qual é a pretensão dos estudantes: se é apenas se preparar para o mercado de trabalho (mercado que corre o risco de nem estar aqui daqui a algumas décadas) ou se é para fazer a diferença na construção de um futuro melhor.

Foi só uma brincadeira, mas para chamar atenção para algo sério. Cobrir de palha parece loucura, mas não é. Só é preciso repensar as próximas estruturas. Existem muitos modelos de arquitetura sustentável que aproveitam luz e calor naturais diminuindo os gastos com energia elétrica. Não é coisa "de outro mundo".

- Autonomia X Integração

Tô começando a duvidar que a partir da abertura da BR o empresariado de Rio Branco possa fazer a diferença em CZS. Isto porque conversei com o próprio Araújo que disse não ter interesse em investir em CZS neste momento e que seu objetivo é se consolidar em Porto Velho. Creio que o pensamento de Araújo reflete muito do pensamento do empresariado e da sociedade riobranquense, que tem os olhos voltados para fora do estado e não para dentro.

Bem, o Brasil sempre padeceu deste mal, tentando imitar Nova Yorque, Londres e Paris. Tá mudando de uns tempos para cá, ainda que tenha muita gente que se espelhe nisso para construir suas referências. O problema é que lá no olho do furacão, no centro do capitalismo, as pessoas estão questionando este modelo, e sem referência, buscando outros modelos, simplesmente porque ele não traz felicidade. Vide Occupy Wall Street.

Continuo apostando na gente aqui do Juruá mesmo. Fazendo o que sempre fez, enfrentando as dificuldades e re-criando o universo neste mundinho tão gostoso que é esse pedaço de chão. Precisamos é de autonomia para nossas decisões. Não estou falando da criação de um novo estado (totalmente inviável neste momento), mas capacidade de decisão para os órgãos de governo e mais do que isso, fóruns e comissões populares para decidir a política. E um consorcio entre os municípios do Acre e Amazonas do Juruá para otimizar as ações de saúde, segurança, educação e meio ambiente.

A universidade passa por esta discussão também. Quem quer continuar se sujeitando à reitoria de RBR que já mostrou que não tá nem aí para o Juruá. Os "provincianos" não são prioridade. Até para conseguir um ar condicionado tem que buscar recurso em Brasilia. E fica tudo travado lá em RBR : restaurante universitário, internet e etc. Mas se os estudantes ficarem em suas salas não vão conseguir nada. Ou vão ficar esperando pela classe política? Quem sabe faz a hora não espera acontecer. Pras ruas galera!

Aposta arriscada

Gente que conhece do assunto está muito feliz com a aposta que o governo está fazendo na piscicultura para a região. Menor impacto ambiental, produto com mercado garantido e possibilidade de crescimento da atividade, além da vocação da região para as águas. No entanto, a falta de um engenheiro de pesca pode por em risco todo investimento.




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