segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

"Xamanismo esta virando uma galinha de ovos de ouro", alerta Huni Kuin


 Professor Tuwe Huni Kuin alerta: nem todos que se dizem pajés, de fato o são.

NEOSHAMANISMO INDIGENA

Gostaria de aproveitar esse meio de comunicação e compartilhar essa mensagem de uma maneira bem direta e objetivo, com todos vocês que acompanham as informação através dos meios de comunicao e das rede sociais espalhadas ao redor do mundo.

Em primeiro de tudo, gostaria de agradecer a Natureza que e a Nossa Mae Terra, por esta dando essa oportunidade de nos encontrarmos nessa jornada de vida pessoal, profissional, politica, institucional, cultural, espiritual e no mundo virtual.

Saudações aos amigos que me conhecem e para quem não me conhece, sou Tuwe Inu Bake, pertenço ao Povo Huni Kuin - Terra Indígena Kaxinawa do Rio Humaitá, localizado no Município de Tarauacá-Acre, Brasil. Sou filho da Liderança tradicional Vicente Sabóia. Sou Agente Agroflorestal, formado pela Comissão Pro-Indio do Acre - CPI/Acre. Sou também um cineasta indígena que atualmente estou trabalhando em um filme de longa metragem sobre os povos isolados. Sou uma jovem liderança do meu povo, me considero um embaixador, articulador e porta-voz do meu povo.

Desde 1999, estou dando continuidade no trabalho que meu pai inicio na época dos patrões seringalistas. Hoje meu velho Pai esta apenas nos orientando de como devemos proceder para guiar nosso povo e fazer articulação política dentro e fora da aldeia.

Nosso povo Huni Kuin conhecido também como Kaxinawa, e a população mais numeroso do estado do Acre, distribuídas em 12 T.Is por mais que e de um único povo mais quando muda de uma Terra para outra existem a suas diferenças muito grande na organização interna e externa em vários aspectos.

Dentro nosso contexto Histórico estamos vivendo em 05 momentos Diferentes ( Tempo da Maloca, correria, Cativeiro, direito e agora estamos vivendo no que e nosso) sobre tudo em um outro dilema totalmente diferente, muitas coisas foram boas mais muitas coisas foram ruim a parti do momento que passamos a ter contatos com o mundo Ocidental.

Atualmente, estou estudando Inglês na cidade de Nova York, na New York University - USA, fazendo Curso de Cinema e também fazendo articulação politica conseguindo parceria apoio para juntos podemos trabalhar em uma politica publica de uma forma coletiva e participativo para melhorar a qualidade de vida dos Povos Indígena e do Movimento social,

Desde muito jovem tenho acompanhado o trabalho dos velhos pajés de nosso povo. E um trabalho muito serio, porque eles dedicam toda uma vida de aprendizagem, uma vida dedicada a servir as pessoas e bendizer a comunidade... Os pajés são gente muito humilde, mais de muito conhecimento e poder espiritual. Nossos Yuxibus sãos pessoas que apesar de ter muito conhecimento, eles não se orgulham e nem se apresentam como grande conhecedores da nossa espiritualidade. Eles não precisam de reconhecimento, eles não precisam se pintar e usar cocares de mais 3 metros de altura e encher o pescoço de colares para dizer que são pajés... A própria natureza e nosso povo reconhece e respeita eles. Assim, os pajés levam a vida deles na floresta, são os verdadeiros guardiões do conhecimento ancestral de nosso povo.

Como jovem que prezo pela preservação e fortalecimento do conhecimento tradicional, vejo com muita tristeza que esse conhecimento que nos foi dado pelo grande criador desde os tempos imemorias aos nossos ancestrais através dos pajés, esta sendo vulgarizado pelos mais jovens que dizem serem pajés. Estão viajando o mundo enganando as pessoas. Esses jovens nao tem nenhum tipo de respeito com o conhecimento dos mais velhos, esses jovens se dizem ser pajés e saem viajando para encantar as pessoas com nossos cantos sagrados, fazem curas sem nunca ter aprendido como fazer uma cura. Sobre tudo se aproveita de uma oportunidade para ser engrandecer ou apenas se aparecer no meio de um publico que ainda tem muito que aprender sobre os povos Indígenas e sua Cultura.

A toda hora vimos anúncios de jovens Hunikui e de outros povos panos nas redes sociais como facebook e outros, anunciando cerimônias de curas. inventando cantos, inventando rezas e inventando rodas de curas.

Não culpo apenas os jovens, culpo também pessoas de ma fe que utilizam esses jovens também angariar fundos para uso próprio. Sendo manipulados por certas pessoas, misturando uma coisa com a outra como por exemplo; amizade, profissional, cultural, espiritual ate mesmo amizade mais intimos, isso esta sendo muito ruim, para nosso Povo.

Não existe nenhuma conexão com o pensamento coletivo da comunidade. Enquanto os verdadeiros pajés estão na aldeia, esses jovens viajam enganando as pessoas... Fico aqui me perguntando, e fácil enganar as pessoas deste jeito... Se alguém chegar na aldeia e se apresentar como ministro do Brasil, no mínimo eu vou me informar sobre de onde ele veio, quem e ele e o que ele veio fazer na minha aldeia, antes de convocar meu povo para ter uma reunião com ele.

E preciso ter muita cautela, pois manusear nossas bebida sagrada sem nenhum preparo, em vez de trazer paz e harmonia pode trazer muita coisa negativa.

O shamanismo virou uma maneira fácil de ganhar dinheiro, por isso a cada instante estão aparecendo pessoas saindo para viajar para o sul do pais em busca do dinheiro fácil. Muitas vezes saem da comunidade nem ninguém saber para onde vão, voltam com a bolsa de dinheiro e ficam semanas no município gastando o dinheiro ganho com a espiritualidade com cachaça, mulher e outras ilusões da vida do homem branco.. Bem controversial porque enquanto estão viajando, se apresentam como o índio espirituoso, o puro, quando voltam parar seus municípios não passam de pessoas inrresponsaveis sem compromisso com sua família, sua comunidade e seu povo.
Quero fazer uma alerta a estas pessoas que estão promocionando este tipo de coisa que vocês não estão ajudando a organizar nosso povo, vocês estão ajudando a desestruturar nossas comunidades.. Vocês estão contribuindo para jovens saírem de suas aldeia e não quererem mais retornar para continuar com a vida de aldeia.. Muitos deles viajam e ficam gastando todo o dinheiro no município e já recebem um outro convite para fazer outra viagem, muitos deles nunca mais retornam pra aldeia e ficam entre as viagens do sul do pais e os municípios de suas terras indígenas.

Isto tudo esta deixando a gente muito a desejar, não e um bom exemplo que estamos vivenciando, pois nos seremos os espelhos da futura geração, se comportamos assim que exemplos vamos ensinar para nossos filhos. Não queremos generalizar nosso ponto de vista, queremos apenas lançar um alerta de um problema que estamos vivendo. Assim, como existe pessoas não-indigenas inrresponsavel, também temos indígenas inrresponsaveis, que por conta deles, levamos a culpa de sermos `caboclos inrresponsabeis`. No meio de tudo isto, existe pessoas não indígenas honestas e serias que querem mesmo apoiar e ver a autonomia e qualidade de vida dos povos indígenas. Mais e preciso distinguir quem e serio e quem não e, quem tem sua postura, ética, maturidade, responsabilidade e compromisso, Pois se continuar como esta indo os povos indígenas vão perder sua moral e perder muitas oportunidades de apoio para suas comunidades.

Sabemos que tem muita gente querendo ajuda os povos Indígenas, e bem vindos todas as parcerias, apoio seja o que for, mais precisamos ter clareza de que forma podemos ajuda melhor de uma forma coletiva e participativa sobre tudo construtivo, porque caso ao contrario podemos atrapalhar ou prejudicar muito mais.

Estou falando isso nao querendo ser melhor do ninguém, porque nao sou, claro que cada um tem suas diferença e qualidades, nem tenho intenção de prejudicar ou atrapalhar e nem desfazer de ninguem,
Quem quiser acha ruim pode acha mais minha parte estou fazendo.
Com uma intençao de ajuda melhorar esse novo momentos que estamos vivendo da transformação, Autonomia, impoderamento e interculturalidades.

Nilson Saboia
Tuwe Huni Kuin
New York – 27.12.201

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Colégio adventista de Cuiabá ensina dilúvio em aula de história natural

Se já é grave o ensino de criacionismo em escolas denominacionais, o que se dirá em escola pública?
Aconteceu no MT. A notícia é de abril, mas somente agora tomei ciência. 

No Colégio Adventista de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá (MT), o dilúvio é matéria de ensino não só nas aulas de religião, mas também nas de história, embora não haja qualquer indício científico de que tenha havido esse evento da natureza conforme está descrito na Bíblia. 

Para Toni, estudantes
"confirmaram' a crença
A foto do professor Toni Carlos Sanches em uma sala de aula do 6º ano considerando na lousa a possibilidade de os fósseis terem se formado na época do dilúvio tem gerado acalorado debate no Facebook, a ponto de o colégio ter emitido uma nota tentando se justificar. 

O colégio informou que ministra aulas de criacionismo em conjunto com evolucionismo, admitindo, assim, que coloca os textos bíblicos no mesmo patamar de credibilidade da teoria do naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882), autor do livro "A Origem das Espécies". 

A nota procura dar ideia de isenção ao afirmar que, embora seja um estabelecimento adventista, não impõe aos alunos nenhuma crença religiosa. A maioria deles não é seguidora dessa religião.

O site do colégio afirma que “foi uma aula interessante” e que muitos alunos “confirmaram” a crença em um dilúvio universal. 

Segundo a nota, o objetivo do professor, com a aula, foi permitir que os alunos desenvolvessem um censo crítico, comparando criacionismo com o evolucionismo a partir da formação dos fósseis. 

No Facebook, alguns afirmaram que crianças de 10 anos ainda não têm senso crítico e que o colégio está fazendo é lavagem cerebral. Outros são de opinião de que o colégio tem o direito de ensinar o criacionismo sem qualquer restrição porque se trata de um estabelecimento religioso. 

A ABC (Academia Brasileira de Ciência) afirmou estar indignada com a divulgação de “conceitos sem fundamentação” com se fossem da ciência. O Conselho de Educação do Mato Grosso, órgão ligado ao Ministério da Educação, vai avaliar se há distorções no ensino do colégio.

Com informação do Portal Terra e do site do colégio.

Extraído do Blog de Paulo Lopes

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Charge: Não é o Fim do Mundo !


- Cala a boca, cara. Não é o fim do Mundo.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Ancião Maia fala sobre o Calendário

"Os antropólogos visitaram os locais do templo, leram as inscrições e inventaram histórias sobre os Maias, mas não leram os sinais corretamente. É apenas a sua imaginação. Outras pessoas escrevem sobre a profecia em nome dos Maias. Dizem que o mundo vai acabar em dezembro de 2012. Os anciãos maias estão irritados com isso. O mundo não vai acabar. Será transformado "-. Carlos Barrios.

Carlos Barrios é  ancião Maia e Ajq'ij (sacerdote e guia espiritual) do clã da águia que iniciou uma investigação sobre os diferentes calendários maias circulantes. Ele estudou com muitos professores e entrevistou cerca de 600 anciãos maias tradicionais a fim de ampliar o seu campo de conhecimento.Carlos descobriu depressa que haviam várias interpretações conflitantes de hieróglifos maias, petroglifos, Livros Sagrados "Chilam Balam" e antigos textos diferentes. De acordo com os Maias, atualmente estamos na era da transição que está ocorrendo entre o Mundo do Quarto Sol e o Mundo do Quinto Sol.


A compreensão dos calendários maias de tempo, estações e ciclos provou ser um trabalho grande e sofisticado. Os maias entendem 17 calendários diferentes, como o Tzolkin ou Cholq'ij, alguns deles traçando o tempo com precisão ao longo de um período de mais de dez milhões de anos.Os guardiões Maias  do Tempo vêem ao dia 21 de dezembro de 2012 como uma data de renascimento, o início do Mundial do Quinto Sol. Será o início de uma nova era simbolizada pelo meridiano solar atravessando o equador galáctico e a Terra se alinhando com o centro da galáxia.



Astrônomos e Astrólogos


Ao nascer do sol em 21 de dezembro de 2012 pela a primeira vez em 26 mil anos o Sol nasce na intersecção do conjunto da Via Láctea e do plano da eclíptica. Esta cruz cósmica é considerado uma encarnação da Árvore Sagrada, A Árvore da Vida, uma árvore lembrado nas tradições de todo o mundo espiritual. A data especificada para o Solstício de Inverno no calendário no ano de 2012 não marca o fim do mundo, o que houve foi sensasionalismo por parte do brancos.
 
Os que possuem o conhecimento são os anciãos indígenas, para quem estão confiadas a manutenção das tradições. O ancião maia que viveu em uma caverna, isolado por anos veio recentemente para uma cerimônia maia na Guatemala para falar sobre o desafio de superar o lado escuro e deixar a luz emergir, de modo que no mundo do Quinto Sol, haja unidade na humanidade e a polaridade seja superado de modo que o lado escuro não seja mais supremo.Em suas palavras, "Agora cada pessoa e grupo vai à sua própria maneira. O ancião das montanhas disse que há esperança, se as pessoas da luz puderem se unir de alguma forma. Vivemos em um mundo de polaridade - dia e noite, homem e mulher, positivo e negativo. Luz e trevas precisam um do outro. Eles são equilíbrio.""Só que agora o lado escuro é muito forte, e é muito objetivo sobre o que ele quer. Ele tem a sua visão e suas prioridades, e também a sua hierarquia. Eles estão trabalhando em muitos aspectos."

 "No lado da luz todos pensam que são os mais importantes, que os seus próprios entendimentos, ou entendimentos de seu grupo, são a chave. Há uma diversidade de culturas e opiniões, sem que haja competição, difusão e nenhum foco único ".O ancião maia Carlos Barrios vai além: "Vivemos em um mundo de energia. Uma tarefa importante neste momento é de aprender a ver ou sentir a energia de todos e de tudo: pessoas, plantas, animais. Isto tornou-se cada vez mais importante à medida que se aproximam do Mundo do Quinto Sol, pois está associado com o quinto elemento o éter: onde a energia tece a vida. Vá para os lugares sagrados da Terra para rezar pela paz, e ter respeito pela Terra, que nos dá a nossa alimentação, vestuário e abrigo. Precisamos reativar a energia dos lugares sagrados. Este é o nosso trabalho."Ele disse que os anciãos abriram as portas para que outras raças pudessem vir ao mundo maia para reavivar e manter a tradição. "Os maias há muito tempo têm apreciado e respeitado outras cores, outras raças, e outros sistemas espirituais. Eles sabem que o destino do mundo maia está relacionado com o destino de todo o mundo. ""A maior sabedoria está na simplicidade. O amor, o respeito, a tolerância, a partilha, gratidão, perdão. Não é complexo ou elaborado. O conhecimento real é livre. É codificada em seu DNA. Tudo que você precisa está dentro de você. Grandes professores disseram isso desde o início. Encontre o seu coração, e você vai encontrar o seu caminho. " 

Autor: Janhvi Johorey


Extraído do site White Wolf Pack

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Calendário Maia na realidade afirmava que a vida continuaria, dizem especialistas

Juízo Final?  De jeito nenhum.

Neste mês de dezembro, nem todos estão preocupados em fazer planos para o novo ano nos EUA, especialmente as pessoas que pensam do fim do mundo vai chegar primeiro. Em vez de planejar viagens, estão estocando alimentos, planejando rotas de fuga, refinando e aprimorando habilidades de sobrevivência antes da suposta data em que o calendário Maia "termina": 21 de dezembro de 2012


Então, devemos todos estar se preparando para o apocalipse iminente? De acordo com os estudiosos, não.

Os antigos maias são citados normalmente como "os profetas do fim do mundo".
Um dos seus "grandes ciclos" supostamente termina agora. Mas os maias eram matemáticos brilhantes e criadores de um registro fantástico. Eles não têm apenas um calendário. Eles desenvolveram muitos tipos diferentes, incluindo um calendário cíclico solar e um espécie de "horóscopo" sagrado também.

Eles também mediram o tempo com algo conhecido como a Contagem Longa, que eram grandes ciclos de 5.000 anos.

Em algum lugar ao longo do caminho um boato se espalhou sobre o ciclo de grande corrente, indicando que termina em 21 de dezembro de 2012. Isso provocou a crença entre alguns que o último dos nossos dias estão sobre nós.

Renascimento

Não é a primeira vez que a possibilidade de apocalipse tem despertado a imaginação humana. Profecias do juízo final têm uma história rica, e os crentes tendem a ignorar a evidência científica de que os desmentem. Neste caso, os "profetas do apolipse e seus seguidores" deixaram de levar em conta os meandros de cronometragem Maia.

"Há apenas um monumento Maia que tem até a data de 2012 sobre ele", diz o estudioso dos Maias, Ricardo Agurcia, acrescentando que os "antecipadores do apocalipse" estão ignorando que de acordo com a sabedoria maia, quando termina um grande ciclo, outro começa.

"O calendário é sobre o renascimento, não sobre a morte."

Na verdade, os maias previram que o mundo seria certamente não iria acabar em 2012.

No início deste ano, arqueólogo da National Geographic William Saturno descobriu uma série de números pintados nas paredes em um complexo Maia na Guatemala. Os cálculos incluíram datas que vão muito para o futuro. "Os maias previram que o mundo antigo continuaria, que 7.000 anos a partir de agora, as coisas seriam exatamente como este", disse ele em um comunicado de imprensa.

"Continuamos à procura de evidências. Os maias estavam procurando uma garantia de que nada iria mudar. É uma mentalidade completamente diferente."

E se a ameaça vier do espaço exterior?

Isso deveria ser suficiente para acalmar as preocupações sobre cenários apocalípticos inspirados pelos maias.
Mas o que dizer de outros potenciais agentes de catástrofes em massa, como um "planeta assassino", capaz de alterar a polaridfade magnética do planeta?

Por essas possibilidades, a NASA pode lançar alguma luz. Em seu blog Pergunte a um astrobiólogo, o cientista espoacial da NBASA David Morrison tem respondido a cerca de 5.000 perguntas sobre o "apocalíptico 2012".

As pessoas querem saber sobre a existência de Nibiru, ou Planeta X, e se ele está vindo para destruir a Terra ou não. Outros informações sobre o alinhamento dos corpos celestes, deslocamento dos pólos magnéticos, e estourando de erupções solares. Em um vídeo do YouTube, Morrison disse, "Não há nenhuma ameaça para a Terra em 2012. Nibiru não existe. Existem forças especiais quando os planetas se alinham. Não se preocupe em 2012, e desfrute de 2013, quando ele vier."

Apesar da enfático resposta profissional, a ansiedade sobre o nosso fim iminente persiste. De acordo com um artigo no New York Times, um sem-número de russos caíram sob o "feitiço apocalipse", pegando essencialmente abordagens como o 21 de dezembro. A história também cita apreensão no sul da França, onde campos de certas acreditar Bugarach montanha tem o poder de proteger em um cenário apocalíptico.

Nos Estados Unidos, os preparadores apocalípticos têm a ajuda de pessoas como Larry Hall, que está construindo no subsolo de luxo "condomínios de sobrevivência" no Kansas com sobras de silos de mísseis da era da Guerra Fria. "Só estou tentando ter um uma solução para quaisquer que sejam suas ameaças possam surgir .", disse o "apocalíptico".

Imagens:

1 - Fragmento nº ¨de Tortuguero, que supostamente prevê o fim do mundo para o dia 21 de dezembro

2 -     Afresco em mural maia, que contradiz o dia 21 de dezembro como suposta data para o fim do mundo  

Extraído do site: Withe Wolf Pack

http://www.whitewolfpack.com/2012/12/maya-calendars-actually-predict-that.html

“Imbróglio” político de Vagner Sales pode ter sido causado pro “barbeiragem” de sua assessoria jurídica, revela uma fonte



Segundo uma fonte interna da FPA, a ação aberta pela assessoria da coligação contra Vagner Sales somente teve início após uma ação movida pelos advogados de sua própria coligação contra a FPA. Segundo a ação Vagner poderia ter sido considerado “ficha suja” nas eleições deste ano,
A ação em questão foi movida pela assessoria jurídica de Vagner Sales após a campanha eleitoral.
Segundo esta fonte o motivo teria sido irrisório: durante uma passeata promovida pela CIRETRAN, estudantes do ensino fundamental que participavam teriam inadvertidamente recolhidos bandeiras laranjas do “43”, e as carregado durante a passeata. Isto teria motivado os advogados do “15” a entrarem com um processo de “abuso de poder político”. É bom frisar: tudo isto ocorreu depois da campanha eleitoral.

Uma das consequências, segundo esta fonte, foi que ao tornar-se parte no processo, a FPA acabou tendo acesso a informações que até então estavam em segredo de justiça. Segundo a ação da FPA, este processo enquadraria Vagner Sales na lei da “Ficha Limpa” o que o impossibilitaria de concorrer as eleições legalmente.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Ogunhê! A tecnologia como força arquetípica da natureza

Parte 2 - O Arquétipo da Tecnologia

Em uma das cenas mais famosas do cinema, o símio brande um pedaço de osso, logo após usá-lo como instrumento de dominação e supremacia.

Lançado ao alto, o osso se converte em uma estação espacial que harmoniosamente orbita o planeta Terra. Através da sequência, Stanley Kubrick buscou criar uma relação entre o primeiro instrumento utilizado pelo homem e a tecnologia que irá culminar, milênio depois, na conquista espacial.

Em 2001, uma Odisséia no Espaço, o autor levanta a suposição de que um objeto alienígena, um certo "monolito negro" teria sido o responsável por incutir no homem uma inteligência além do instinto animal, o diferenciando das demais espécies.

A ideia já havia sido explorada à exaustão por Erick Von Däniken em seu "Eram os Deuses Astronautas".

A noção de que a inteligência humana tenha origem em uma fonte externa não é nova. Ela aparece na maior parte das culturas do planeta que apontam os "deuses" como prováveis incentivadores da criação de técnicas e artefatos diferenciados. A metalurgia parece mesmo ter sido um presente roubado dos deuses, o legado de Prometeu. Arquétipo que repete-se com variações, em praticamente todas as culturas.

Na mitologia africana dos Orixás, Ogum representa este desejo arquetípico do homem por transformar a natureza a seu favor. O orixá da metalurgia e também da guerra é associado à tecnologia, e não se separa da natureza, mas é parte dela. Parte da natureza humana, mas também anterior ao próprio homem. Uma "emanação", como diria Dom Juan a Carlos Castañeda.

O uso de artefatos e a construção não são exclusivos da espécie humana. Símios, pássaros e mesmo insetos também o fazem e por vezes, em grau de excelência. Na verdade quanto mais se conhece a inteligência animal, mais é difícil estabelecer parâmetros que a diferenciem da inteligência humana. Somos apenas uma espécie nova.

Parece bizarro propor que o desejo pela transformação e pela tecnologia façam parte da natureza. Estamos acostumados a associar o termo "forças da natureza" aos aspectos mais brutais e descontrolados: furacões, terremotos, vulcões, vendavais e tsunamis.

No entanto, não pertencem também à mesma natureza, a fina e delicada teia que suporta o peso da aranha, o design inteligente das folhas que escoam a água, as sementes que voam como pequenos helicópteros para semear campos distantes, as penas que permitem os vôos dos pássaros?

Para um olhar apurado, a natureza é um imenso laboratório da mais alta tecnologia.

Dentro da cosmovisão dos Orixás, Ogum, o arquétipo do transformador, é o responsável por romper um certo estado de torpor em que vivia a humanidade em seus primórdios. A ele pertencem as ponta das flechas do caçador, mas também os instrumentos usados para a agricultura, os facões que abrem caminho na mata virgem, as espadas na guerra, os trilhos do trem, as rodovias e toda a tecnologia afinal, o que inclui as plataformas de petróleo em alto mar, a tecnologia digital da informação e as estações espaciais.

Ogum representa este desejo arquetípico e inato do ser humano e quem dirá talvez um desejo da própria natureza, expresso (também) no ser humano. No entanto, esta mesma cosmovisão mostra que mesmo Ogum precisa de limites, caso contrário sua força torna-se destruidora. Conta um mito que Nanã, o Orixá  da Terra  chorava, cansada da destruição causada por Ogum. Oxum então, Orixá dos rios e da beleza, sem que este perceba, adoça com mel a boca de Ogum. Este, encantado, passa a buscar o amor, e não mais a destruição.

Na cosmovisão dos Orixás, Ogum é o que abre, o que vai na frente, representa a coragem destemida de abrir os caminhos. Mas Ogum não se encerra em si mesmo, ele abre para que os outros Orixás se manifestem e suas divinas presenças sejam também reverenciadas: nas ondas do mar de Iemanjá, nas Florestas de Oxóssi, nas Montanhas de Xangô, e no Céu de Oxalá.

Talvez haja aí a sabedoria de que a tecnologia não é o fim em si mesmo, mas o desejo manifestado da própria natureza, para que ela seja percebida, e reverenciada, em toda a sua plenitude.

*A Imagem do "Ogum Digital" foi reproduzida do cartaz da peça "Ogum: Deus e Homem" encenado no Teatro da UFBA, em Salvador.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Ogunhê! A tecnologia como força arquetípica da natureza


Parte 1- O Pensamento Selvagem e Perspectivismo Ameríndio (para iniciantes)

A contraposição cultura x natureza é uma herança do pensamento ocidental, marcado, sobretudo, pelo maniqueísmo. Na visão de um guru brâmane, a religião cristã, auto-denominada “monoteísta” não passa de grosseiro dualismo. A dualidade bem x mal, deus x diabo é inconcebível para o verdadeiro monismo hindu.
O dualismo presente na visão judaico-cristã se expressa também no pensamento ocidental: material x espiritual, cultura x natureza.
Particularmente, nesta postagem quero abordar este dualismo específico: cultura x natureza.
O tema é recorrente e caro para diferentes gerações de filósofos que buscaram interpretar a realidade a partir desta dicotomia. O “esquema” complicou um pouco quando entrou em cena o nativo americano. É ele um selvagem? Se ele é selvagem ele é bom ou mau por natureza? Tem ele uma alma? Tem ele um pensamento?
A antropologia buscou responder a esta pergunta. Em “O Pensamento Selvagem”, Claude Lévi-Strauss nos apresenta “o pensamento humano em seu livre exercício, um exercício ainda não-domesticado em vista da obtenção de um rendimento.” Eduardo Viveiros de Castro
Talvez sua principal contribuição seja sua demonstrável constatação de que os chamados selvagens não são atrasados, "menos evoluídos", selvagens nem primitivos, apenas operam com o pensamento mítico (magia), que em termos de operações mentais é comparável ao pensamento científico. (Lévi-Strauss)
Eduardo Viveiros de Castro entra ainda mais profundamente no pensamento mítico. Em seu “perspectivismo ameríndio”, Viveiros de Castro postula que para o pensamento nativo, a oposição cultura x natureza não faz qualquer sentido. Isto porque o comportamento típico de cada espécie é encarado como sendo sua “cultura”. Os hábitos, por exemplo, de determinada espécie de macaco: seus gritos guturais, suas relações de parentesco, suas atividades de coleta e caça, são interpretadas como parte da “cultura do povo macaco”.  
Partindo de outro viés, o da biologia, a Ecologia Comportamental demonstra que no reino animal podem ser demonstrados comportamentos estratégicos que transcendem a costumeira resposta padrão de que tudo não passa de “instinto”. Na verdade, apenas mais uma tentativa de negar a existência de uma “inteligência animal” e preservar os séculos de enganos a respeito deste tema do pensamento ocidental. Sem inteligência, não há consciência, não há logos, não há alma.
Tampouco é um homem um animal ‘racional’. Pensadores mais recentes tem procurado categorizá-lo como animal ‘simbólico’, o que equivale, entre outras coisas, a dizer que são os símbolos, e não a razão, o principal condutor do comportamento humano.
O perspectivismo ameríndio põe em cheque o postulado de que o universo simbólico (linguagem, mito, religião, arte) seja exclusivo do ser humano.


Este breve preâmbulo serve apenas para ilustrar a temática central desta postagem que será abordada na sequência: a concepção de que na mitologia afro-brasileira, a tecnologia não se opõe à natureza, mas é na verdade a realização de uma força arquetípica presente na própria natureza.  

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Fé, Ritual e Poder



“Os Lakota têm rituais destinados a introduzir o Poder em suas vidas. Alguns deles foram ensinados pelas mulheres Búfalo Branco, outros tiveram a sua origem nas visões de homens santos, mas todos, sem exceção, foram o resultado de instruções dadas aos seres humanos por Wakan (O Deus Criador Primordial).
A Fé (tal qual é percebida e sentida pelos Lakota) representa os fundamentos intelectuais e emocionais da sua religião. É um sistema de conhecimento que situa o ser humano na sua relação com o universo. Ela torna inteligível e aceitável para ambos (o homem e a natureza) a vida humana e o mundo em que ela ocorre, e também define as bases morais da sociedade.
Os ritos fornecem os meios para alcançar o poder e expressar a fé religiosa. Eles não são meras expressões de crença, mas também uma forma de fortalecer e ampliar, por meio deles, o seu conhecimento.”

Tradução aproximada do texto antropológico de Regard Eloigne

O mamute incontrolado


Por Lúcio Flavio Pinto - Cartas da Amazônia 

O Ministério Público Federal já ajuizou 15 ações civis públicas contra a hidrelétrica de Belo Monte, em construção no rio Xingu, no Pará. Seus argumentos sobre a inviabilidade econômica e socioambiental do empreendimento não parecem ter impressionado a principal instituição de fomento do país.
Durante os próximos 30 dias, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social pretende liberar 19,6 bilhões para o projeto, que já recebeu do mesmo BNDES, em duas parcelas, neste ano, R$ 2,9 bilhões. O total do comprometimento, assim, é de R$ 22,5 bilhões. O montante representa 80% dos R$ 28,9 bilhões previstos para serem usados até tornar Belo Monte a terceira maior hidrelétrica do mundo.
Os títulos desta transação impressionam. Trata-se do maior empréstimo de toda história de 60 anos do banco. É três vezes maior do que a operação que ocupava até então o primeiro lugar no ranking do BNDES, os R$ 9,7 bilhões destinados à refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A usina do Xingu engolirá quase todos os recursos previstos — R$ 23,5 bilhões — para a área de infraestrutura nesse segmento, excluindo o metrô.
Os elementos de grandiosidade não param aí. Belo Monte é a maior obra em andamento no Brasil e a joia da coroa do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, transmitido por Lula a Dilma.
Com a aprovação do empréstimo, o governo dá o recado: contra todos os seus adversários e enfrentando atropelos pelo caminho, a enorme hidrelétrica continuará em andamento acelerado. Quer que a primeira das 24 gigantescas turbinas comece a gerar energia em fevereiro de 2015 e a última, em janeiro de 2019. Não por acaso, Belo Monte ganhou do governo Lula o título de hidrelétrica estratégica, a primeira com esse tratamento no Brasil.
Principal item do Plano Decenal de Energia (2013/2022), Belo Monte, com seus 11,2 mil megawatts nominais, contribuirá — nos cálculos oficiais — com 33% da energia que será acrescida à capacidade brasileira de produção durante o período da motorização das suas máquinas, entre 2015 e 2019. Teria condições de atender à demanda de 18 milhões de residência e 60 milhões de pessoas, ou ao consumo de toda população das regiões Sul e Nordeste somadas.
Não surpreende que o BNDES, com uma carteira de negócios desse porte, tenha se tornado maior do que o Banco Mundial, sediado em Washington, algo "nunca antes" inimaginável, como diria o ex-presidente Lula. Além dos milionários recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que estão à sua disposição, apesar da paradoxal relação, e da sua receita própria, o banco tem recebido crescentes aportes do tesouro nacional, uma preocupante novidade nos últimos tempos. A opinião pública parece não atentar para a gravidade desse fato.
Tanto dinheiro público chegou ao caixa do BNDES a pretexto de fortalecer o capitalismo brasileiro, que agora se multinacionaliza. Um dos focos das aplicações intensivas do banco é o controverso setor dos frigoríficos, alçado ao topo do ranking internacional pela pesada grua financeira estatal.
Com paquidérmicos compromissos de desencaixe de dinheiro, o BNDES tem sido cada vez mais socorrido pelo governo federal. É o que acontece no caso de Belo Monte. Dos R$ 22,5 bilhões aprovados para a hidrelétrica, apenas R$ 9 bilhões são recursos próprios do banco, que não os aplicará diretamente: R$ 7 bilhões serão repassados através da Caixa Econômica Federal e R$ 2 bilhões por meio de um banco privado, o BTG Pactual. Os outros R$ 13,5 bilhões sairão do caixa do tesouro nacional, o que quer dizer dinheiro arrecadado através dos impostos federais — do distinto público, portanto.
É interessante a composição dessa transação. O BNDES recorreu às duas outras instituições financeiras, ao invés de fazer ele próprio o negócio, sob a alegação de risco de inadimplência. Se o tomador do dinheiro, que é a Norte Energia, controlada por fundos e empresas estatais federais, não pagar o empréstimo, os intermediários responderão pelo calote. Naturalmente, cobrando o suficiente (e algo mais) para se resguardarem desse risco.
Já o dinheiro do cidadão, gerido pela União, terá aplicação direta pelo BNDES. Da nota divulgada ontem pelo banco deduz-se que esta parte do negócio é imune à inadimplência. Provavelmente não pela inexistência de risco, o que é impossível nesse tipo de operação. Talvez porque, se o dinheiro não retornar, quem sofrerá será o erário, e o contribuinte, no fundo do seu bolso.
O orçamento da hidrelétrica de Belo Monte começou com a previsão de R$ 9 bilhões. Hoje está três vezes maior. Nem o "fator amazônico", geralmente considerado complicador imprevisível em virtude das condições das regiões pioneiras, de fronteira, nem a inflação ou os dados disponíveis sobre as obras em andamento, que já absorveram quase R$ 3 bilhões em menos de dois anos, explicam esse reajuste.
Foi assim com a hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins, no Pará, a quarta do mundo. Ela começou a ser construída em 1975 e a primeira das 23 turbinas entrou em atividade em 1984. O orçamento era inicialmente de 2,1 bilhões de dólares. Chegou a US$ 7,5 bilhões por cálculos extraoficiais, numa época em que a moeda nacional estava desvalorizada. Mas talvez tenha ido além da marca de US$ 10 bilhões.
O precedente devia estimular a opinião pública a se acautelar, ao invés de se omitir, como se a parte mais sensível do corpo humano já não fosse mais o bolso.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Reflexos de uma “Administração Sem Crise”

Enquanto a imprensa de Rio Branco celebra uma Cruzeiro do Sul fictícia, na “administração sem crise”, de Vagner Sales, o cidadão cruzeirense médio ainda tem que se desviar dos mesmos buracos de quatro anos atrás, além de outros novos, e daqueles que sem uma solução definitiva somente aumentam de tamanho a cada inverno.
 A “administração sem crise” passa longe da porta da casa do vendedor Leandro Pinheiro. Residente da “Avenida Leopoldo de Bulhões” no bairro do Telégrafo, Leandro convive com a água fétida do esgoto que é derramado diariamente no quintal de sua casa. Com o aumento de volume das águas no período de inverno, a cada chuva as águas se aproximam mais do assoalho. Risco de saúde permanente para sua pequena filha de apenas um ano de idade.
A bueira e a canalização foram construídas no local há mais de dez anos. A falta de manutenção e de coleta de lixo fez da antiga estrutura uma ruína sem nenhuma finalidade prática, a não ser lembrar aos moradores que um dia já existiu ali tal obra.
Segundo Leandro o contato com a secretaria de obras foi infrutífero: “o secretário nos disse que a obra não era prioritária e que não poderia ser feito nada neste inverno”.
Na “avenida” Leopoldo de Bulhões é difícil encontrar quaisquer rastros de que exista uma administração municipal: o mato toma conta do espaço que deveria ser destinado às calçadas (inexistentes) e uma caixa d’água serve de lata de lixo improvisada para que o caminhão da prefeitura faça a coleta.
Já os moradores da rua Martinho do Carmo Souza, também no bairro do Telégrafo reclamam que a coleta de lixo não é constante. Aparentemente os três novos caminhões de lixo, alardeados em campanha eleitoral como fruto de emendas parlamentares não trouxe beneficio para estes moradores que vivem em uma área central da cidade, vizinhos ao Instituto Santa Terezinha, uma das mais tradicionais instituições de ensino da cidade.
“O caminhão da prefeitura passa apenas uma vez por mês. Mas quando tocamos fogo, assim que levanta fumaça aparecem os fiscais” Disse um morador que se identificou apenas como “Grilo”.
Não é preciso ir longe para encontrar problemas na “administração sem crise”: buracos e lixo proliferam pelas ruas do centro da cidade na mesma velocidade dos ratos e urubus que passeiam sem serem incomodados.
Alguns problemas são agravados pela falta de relação institucional entre prefeitura e governo do estado. No bairro do Remanso há um claro exemplo do resultado da política de usar a população como “trincheira política” da oposição. Na rua do Remanso o DEPASA abriu uma vala no asfalto para passagem da rede de água que irá atender à comunidade do Santo Cruzeiro. Mesmo depois de concluída a rede, a prefeitura não cobriu o local aberto e com as chuvas a rua perde a cada dia sua já precária trafegabilidade. Um descuido muito bem calculado do ponto de vista político: descumprida a obrigação constitucional da prefeitura, a população acaba por culpar o DEPASA pelo estrago, colocando o ônus político nas costas do estado.
Enquanto isso no bairro Nova Olinda, os moradores aguardam a ligação da rede de água prometida pela “administração sem crise”. Cerca de sete dias antes da eleição, operosos funcionários de uniforme azul instalaram uma extensa rede de água, mas até o momento não há uma gota nas torneiras. Procurados por nossa equipe de reportagem, os funcionários esclareceram que o poço artesiano não havia sequer sido repassado à prefeitura e que não havia previsão de o sistema entrar em funcionamento.
Estes são apenas alguns “relances” da real condição da segunda maior cidade do estado.  Cruzeiro do Sul reflete em suas ruas o desmazelo de uma administração que se mostra incapaz de cuidar dos velhos e novos problemas urbanos, mas cujo gestor, agora elevado à condição de “liderança da oposição” pela imprensa da capital, mostra-se a cada dia um hábil e exímio “administrador de votos”.
O preço de ter se tornado a “trincheira da oposição” é pago pela população de Cruzeiro do Sul: terá de conviver por mais quatro anos com uma administração faz uma opção política dos problemas que escolhe resolver, enquanto a imprensa da capital destila matérias laudatórias de uma cidade que só existe em faz-de-conta.
Escrito por Leandro Altheman

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Eduardo Galeano: “Quem deu a Israel o direito de negar todos os direitos?”

Por Eduardo Galeano

Para justificar-se, o terrorismo de estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe pretextos. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo seus autores quer acabar com os terroristas, acabará por multiplicá-los.
eduardo galeano gaza israel
Eduardo Galeano: “Este artigo é dedicado a meus amigos judeus assassinados pelas ditaduras latinoamericanas que Israel assessorou”

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a eleger seus governantes. Quando votam em quem não devem votar são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma armadilha sem saída, desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições em 2006. Algo parecido havia ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e, desde então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.
São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desajeitada pontaria sobre as terras que foram palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à margem da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há muitos anos, o direito à existência da Palestina.
Já resta pouca Palestina. Passo a passo, Israel está apagando-a do mapa. Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam a pilhagem, em legítima defesa.
Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel devorou outro pedaço da Palestina, e os almoços seguem. O apetite devorador se justifica pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram os palestinos à espreita.
Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, que burla as leis internacionais, e é também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros.
Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não conseguiu bombardear impunemente ao País Basco para acabar com o ETA, nem o governo britânico pôde arrasar a Irlanda para liquidar o IRA. Por acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade? Ou essa luz verde provém da potência manda chuva que tem em Israel o mais incondicional de seus vassalos?
O exército israelense, o mais moderno e sofisticado mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças. E somam aos milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar está ensaiando com êxito nesta operação de limpeza étnica.
E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Para cada cem palestinos mortos, um israelense. Gente perigosa, adverte outro bombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos convidam a crer que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a acreditar que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.
A chamada “comunidade internacional”, existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos adotam quando fazem teatro?
Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial se ilumina uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.
Diante da tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos. A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama alguma que outra lágrima, enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caçada de judeus foi sempre um costume europeu, mas há meio século essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinas, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antisemitas. Eles estão pagando, com sangue constante e sonoro, uma conta alheia.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Comunistas Aburguesados X Liberais com Verba Pública: Quem é mais hipócrita?

Tenho assistido pelas redes sociais uma crescente tendência de se contrapor a suposta identificação ideológica comunista ao uso de artigos que trazem imediata identificação com o capitalismo.

Bem, no geral, as colocações são divertidas e merecem um "curtir".
Admiro o talento de publicitários e humoristas de sintetizar idéias complexas em textos curtos.
Mas o fato é que nada pode ser mais coerente hoje do que um comunista tomar Coca-Cola e gastar dinheiro no Shopping Center. Não é esta afinal a prodigiosa era do Capitalismo do Estado? Não é essa a façanha chinesa de promover o crescimento do consumo a partir do investimento de grandes somas de dinheiro público em setores estratégicos?

Pensando assim, não seriam ainda mais hipócritas os "liberais" que dependem das altas somas investidas pelos governos para salvar o sistema bancário da falência?

E no Acre especificamente, dizer o quê destes "liberais de meia-pataca" que vivem das contas do poder público, seja ele municipal ou estadual? Seriam eles como aqueles "rebeldes sem causa" que proclamam sua independência com a substanciosa mesada paterna?

Quanto aos comunistas, bem, nunca ouvi dizer que fosse necessário fazer voto de pobreza para se filiar ao partido. Que eu saiba esta é uma exigência para fazer parte da congregação franciscana.

"Liberais" gostam de criticar o suposto "paternalismo" do estado brasileiro, mas não se incomodam se o investimento de altas somas em setores como a construção civil fizer alguns poucos milionários às custas do dinheiro público.

Convém lembrar: " O Estado pode ser um Pai para os pobres, mas é uma Mãe para os ricos"