quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O fracasso do modelo liberal na cultura (ou "A Revolução que o PT não fez")

Se por um lado o governo do Partido dos Trabalhadores teve sucesso em ampliar a faixa de consumo da população (ótimo, palmas para eles), reside um grande perigo de fracasso deste mesmo modelo, o fato de isto não se refletiu em um maior grau de instrução da população.

Em parte isto se deve ao fato de que não está sendo discutida no país a democratização dos meios de comunicação, que no Brasil continuam nas mãos de umas poucas famílias.

O acesso à cultura e à educação de qualidade continua sendo privilégio de poucos enquanto os meios de comunicação de massa continuam dando o tom e o sobre tom do que "pensa" (?) a maioria da população.


Hummm! Esta é uma seara perigosa, afinal qualquer um que faça uma crítica à cultura de massa pode ser acusado de "elitista".
Mas não se trata disso, de forma alguma. O Brasil é um país riquíssimo em suas manifestações culturais populares, mas aparentemente, elas não têm merecido a atenção por parte do grosso da mídia. Por outro lado, a indústria cultural repete fórmulas em nome do lucro fácil.

O artista plástico Antonio Veronese, em sua mais recente entrevista, abordou um ponto que é essencial e que merece ser lembrado: "TV é concessão pública, tem que haver contrapartida de interesse público. Dizer que a programação é ruim porque o povo gosta de programas ruins é uma balela."

A frase em negrito, evidencia o fracasso do modelo liberal na difusão da cultura. Aonde atuam APENAS as leis de mercado, é favorecido aquilo que existe de mais apelativo em nome da "audiência". As distorções promovidas pelas "leis de mercado" na cultura brasileira estão em toda parte. A tão bem exemplificada "infecção de sertanejistite" da qual falou Veronese, é o exemplo mais claro de que as "leis de mercado" estão conduzindo nosso povo ao emburrecimento coletivo.
Muito mais do que o pesadelo de George Orwell que previu um "Grande Irmão" controlando a tudo e a todos, vivemos o "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley onde o excesso de informação inútil sufoca qualquer possibilidade de um vislumbre mais crítico sobre a realidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário