terça-feira, 8 de maio de 2012

Criador do “Clube da Esquina” se reúne com cantores e compositores cruzeirenses.


Márcio Borges contou um pouco da história que uniu nomes como Milton Nascimento e Lô Borges e apreciou a originalidade da música juruaense.

O encontro aconteceu na última sexta-feira no auditório do Centro Médico Juruá. Na oportunidade, Márcio conclamou a classe artística à união e à organização da categoria.
Um dos momentos mais encantadores do encontro foi quando Márcio Borges contou a história de como simples garotos de Minas Gerais mudaram para sempre a história da Música Popular Brasileira.
“Um dia eu cheguei em casa e vi aquele menino pretinho, magrinho, com as calças na canela. Perguntei o nome dele ele me respondeu: eu sou  ‘Bituca’ . Com o tempo fomos percebendo o grande talento do ‘bituca’ que na época era apenas um escriturário, mas que tirava musicalidade até do teclado de uma máquina de escrever” 
‘Bituca’ na verdade é o apelido de ninguém menos do que Milton Nascimento.
“Quando veio a ditadura chegamos a pensar em entrar para a luta armada. Fomos a uma ‘célula’ em Belo Horizonte. Foi nesta época que conheci a Dilma (Roussef). Então eu e “Bituca” vimos que não tínhamos coragem para aquilo. Pensei na minha família. Mas então firmamos um  compromisso de que usaríamos a música para combater a ditadura. A música seria a nossa arma”
Depois de contar a história do Clube da Esquina, foi a vez de Márcio Borges ouvir um pouco da musicalidade de Cruzeiro do Sul. A começar por Alberam Morais que há muitos anos já faz esta ponte entre o Juruá e Minas Gerais.
“É maravilhoso poder conhecer pessoalmente o Márcio Borges e ao mesmo tempo mostrar que podemos fazer boa música mesmo hoje em dia”
Alberto Loro também cantou as coisas da terra dos náuas. Para ele valeu a pena conhecer um pouco mais da história do Clube da Esquina.
“Foi melhor do que ler um livro”, disse.
Apesar da informalidade do evento o senador Jorge Viana, também prestigiou Márcio Borges.
“Márcio é uma lenda da musicalidade mineira e brasileira. E ao mesmo tempo, é muito bom ver esta riqueza de tantos talentos reunidos da música regional”.
Durante sua palestra, Márcio Borges explicou que um dos pontos altos que fizeram com que a música do Clube da Esquina se tornar-se universal foi o seu engajamento político na luta contra a ditadura. Para Márcio, a Amazônia pode ser um dos maiores temas de engajamento na atualidade.
“A Amazônia é o grande orgulho dos brasileiros. Defendê-la, bem como a integridade dos povos da floresta e esta identidade cultural, pode ser a grande causa política da atualidade. Ela é nossa grande musa, nossa grande mãe verde, que merece todas as músicas do mundo, toda consideração e respeito.”

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