sexta-feira, 25 de maio de 2012

Tião Viana critica em SP o mesmo modelo de desenvolvimento que quer para o Acre

Pegou muito mal o comentário no Twitter de Tião Viana debocahando do PSDB paulista sobre a greve do metrô.

Sendo paulista, e usuário do metrô por mais de 20 anos, conheço bem o problema e de fato, até concordo com as críticas de Tião Viana. O PSDB deu pouca prioridade ao único meio de transporte que de fato tem condições de viabilizar o transporte urbano na megalópole paulistana.

No entanto, não é papel do governador de um estado fazer críticas a outro grupo político. Isto é papel de militante. É pouco institucional.

Não dá para aliviar para o PSDB. Eles governam o estado e o município à decadas e o metro cresceu muito aquém da necessidade da população. No entanto, os problemas de tráfego na cidade tem suas raízes em pelo menos duas décadas anteriores, no malufismo.

Paulo Maluf concretizou o desejo de uma parte significativa da sociedade paulistana, de ter uma cidade com sua infra-estrutura voltada para o transporte individual (leia-se "carros").


Não adianta atribuir somente a uma questão partidária.
Trata-se de um modelo de desenvolvimento que privilegia a concentração de renda e poder  e que se materializa na ocupação do espaço urbano.

A base econômica deste modelo é o industrialismo. O mesmo que Tião Viana quer implantar no estado.

O trabalhador é marginalizado das áreas centrais da cidade, sendo obrigado a viver em periferias distantes e a se locomover diarimente em transportes coletivos de baixa qualidade.


Agora me diga então o que é essa "Cidade do Povo"?

Acre, bem vindo ao século XIX


A Cidade do Povo nada mais é do que uma tentativa de concentrar uma grande população para disponibilizar mão-de-obra para o industrialismo forçado pelo capitalismo de estado que pretende-se implantar-se no Acre. 60 mil pessoas num mesmo espaço físico poderá significar o fim do déficit habitacional ma stambém o início de problemas muito maiores nas áreas de segurança pública.
A "Cidade do Povo" , bem poderia chamar-se "Cidade de Deus" (Dadinho é o caralho, meu nome é Zé Pequeno!).

E para realizar o seu projeto, não importa que tenha de se destruir um dos poucos aqüíferos de Rio Branco, uma cidade problemática em abastecimento de água. Leia aqui o que disse sobre isso Lhé, fundador do PT- AC e militante que mantém sua coerência mesmo nestes tempos inglórios.

Por trás do sonho de Tião Viana está a ganância do conselheiro e empresário que deverá construir a "cidade do povo": Narciso Mendes.


Garantia de voto e dinheiro para a campanha.

É um modelo totalmente oposto do tentou implantar no estado Binho Marques. As pessoas geralmente associam desenvolvimento a tamanho populacional, mas apenas porque foi este o modelo implantado no Brasil. O que impede uma cidae do tamanho de Rodrigues Alves(12 mil habiantes) de ter um IDH elevado? Nada, a não ser a corrpução e a falta de compromisso politico.

Uma cidade de 12 mil habitantes na Alemanha tem tudo o que uma metrópole pode oferecer. No entanto, os recuros não chegam às cidades pequenas porque o governo joga para a platéia das grandes cidades, exibe-se em obras mirabolantes que agradam a uma classe empresarial puxa-saco e pouco competitiva, a preços exorbitantes que irão formar o Caixa 2 de campanha para as próximas eleições.

Binho Marques começou a implantar um modelo ousado e diferente que se tivesse sido dado continuidade elevaria o IDH das pequenas comunidades, agregando saúde, educação e saneamento básico, dando condições de produção e escoamento, diluindo os problemas causados pela urbanização excessiva ao invés de concentrá-los em grandes centros.

Leia aqui texto da Carta Capital: Cidade ou Hospício

As grandes cidades não oferecem qualidade de vida, vive-se muito mal, apesar de todos os "benefícios" que ela proporciona, que podem ser usufruídos, em geral, por uma pequena minoria.
 
Antes o conselheiro de Tião Viana fosse Lhé, e não Narciso Mendes.


2 comentários:

  1. Oi Leandro, acho que esse projeto precisa ser melhor estudado e conhecido. Pelo que tenho visto da proposta ele não é nada parecido com os bolsões de pobreza que existem em São Paulo ou no Rio de Janeiro, cujos programas habitacionais atenderiam uma classe empobrecida em áreas apartadas da cidade. A proposta aparenta ser outra. A não ser que seja mudada ao longo do tempo, ela parece mais um freio no crescimento indiscriminado da cidade que poderia afetar o aquífero e um reordenamento populacional, em face da tendência de crescimento populacional concentrado. Essa concentração é própria do capitalismo urbano que necessita de um contingente grande de pessoas e serviços de forma concentrada para se reproduzir. De toda maneira, apesar de servir ao capitalismo, serve como um freio para o crescimento desordenado de Rio Branco (afinal o capitalismo é um realidade difícil de ser combatida no âmbito local, se não amenizada). De outra maneira, do ponto de vista urbanista, ela é interessante, pois pela forma de distribuição da quantidade de residências pela faixa de renda, já destoa da ideia de apartar os que têm mais dos que têm menos. Além disso, poderia contribuir com a redução dos preços dos materiais de construção que no Acre são altíssimos. Então, aconteceria o seguinte: num primeiro momento, com o aumento da demanda, o preço subiria. Mas, como os produtores teriam que aumentar a oferta, os preços finais seriam mais baixos ao longo do tempo, o que traria a redução nesses valores para o consumidor final. Isso seria interessante pra os trabalhadores poderem construir suas casas com um menor custo. Então é isso o que penso. Abraços!

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  2. Vc argumentou muito bem. Particularmente eu defendo um modelo que promova descentralização urbana, que as pequenas cidades, vilas e comunidades possam ter o mesmo IDH de grandes cidades. Grandes Cidades significam concentração dos problemas. Acredito q uma obra como essa, vá na verdade, acelerar ainda mais o crescimento urbano de Rio Branco. Mas vc tem razão, é preciso conhecer melhor a proposta. ABçs

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