terça-feira, 28 de maio de 2013

O Yin-Yang na política acreana

O atual momento político não poderia ser melhor para que olhos atentos possam perceber um contexto mais geral, e menos parcial da realidade no estado.

Isto porque os dois lados da contenda políticas estão tendo problemas com a justiça e ambos, a acusam de estarem fazendo o jogo de seus adversários.

Bem, ou a justiça é de fato, esquizofrênica é ora ataca, ora defende lados diferentes e com resultados surpreendemente diferentes, ou situação e oposição estão necessitando de tratamento psiquiátrico.

 “A Polícia Federal, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça estão a serviço de uma oposição que quer, a qualquer custo, tomar o poder a custo da mentira”. Aníbal Diniz (senador PT-AC).

Senador, a negação da realidade, é sinal de severa perda da sanidade mental. Aliás, a FPA tem sido pródiga em criar fantasias e obrigar todos a viverem dentro dela. Nada mais natural que agora que se avizinha a meia-noite de sua era, as fantasias ganhem um tom sombrio e transformem-se em pesadelos capazes de enxergar sob qualquer voz dissonante, o uivo de uma “maldição” lançada pelos feiticeiros malvados da oposição.

Se a FPA tem uma tendência exagerada à fantasia, a oposição sofre de hidrofobia e mania de perseguição.
Em Rio Branco, 9 entre cada 10 vozes afirmam que o “governo do PT” cala as pessoas com uma “mordaça”.

Ora, se as pessoas “falam” isso, então não há mordaça. É uma questão lógica.

O que existe de verdade é uma dependência extrema do governo, seja diretamente através dos empregos do setor público, seja através da “grande e pujante iniciativa privada” de Rio Branco (#só que não) que depende do governo para vender cada caroço de arroz de sua pífia economia.

Ou seja, o problema de verdade não é a “mordaça”, mas a dependência da qual parece ninguém querer se curar. E filhinho, na casa de papai, tem que obedecer.

Enquanto isso, na fronteira noroeste...
Os vagnerianos ensaiam a peça teatral de que Vagner Sales esteja sendo “vítima da oposição” (me tragam um violino, para que eu possa melhor derramar as minhas lágrimas). Ora, dizer que Vagner é “vítima” significa dizer que o “grande leviatã petista” pôs também os seus tentáculos no STF. O mesmo STF que condenou 11 mil servidores do estado “petista” ao desemprego. O mesmo STF que condenou os réus do mensalão. A mesma justiça que irá julgar os suspeitos do G7, assim que a PF concluir o inquérito. 

Se Vagner Sales é vítima, só pode ser de usa própria arrogância. Tivesse entrado em acordo com a justiça sobre a questão das passagens, como fizeram os demais deputados, não estaria passando por este sufoco. Sufoco aliás, pela qual passa toda a cidade de Cruzeiro do Sul, por não saber qual será seu futuro. 

A ideia de que Cruzeiro do Sul seja uma “trincheira política” é bastante romântica, mas é falaciosa e só serve a quem não tem mais projeto político nenhum a não ser a própria sobrevivência. A única trincheira que vi até agora é a defesa de cargos e salários.

Rótulo que aliás se aplica muito bem à oposição de modo geral: uma matilha de cães hidrofóbicos que na maior parte do tempo mordem-se uns aos outros. Ou para usar outra figura de linguagem: um bando de ratos ansiosos pelo queijo que agora está em outras mãos.

Francamente, não acredito que uma simples mudança da sigla que irá comandar o estado possa produzir lá, uma grande alteração neste estado de coisas. Na verdade, o mais provável é que um dia de fato mudará, mas tão somente para que tudo permaneça como está. Ou seja, para que o funcionalismo público continue a ser a grande roda motriz da economia do estado e para que o empresariado “chupa-dedo” de Rio Branco possa continuar mamando nas tetas do ubre estatal.

E a imprensa? Ora, a imprensa, mais perdida do que tudo, joga-se de um lado ao outro, esperando ser acolhida.

Não é papel de a imprensa fazer oposição política, tampouco assessoria do governo. Tudo o que a imprensa acreana faz é fornecer visões igualmente contaminadas e distorcidas pelos venenos da oposição ou da situação.

Para aqueles que não querem participar do “sanatório geral” da política acreana, resta olhar que claramente se desenha o símbolo taoísta do Yin-Yang: um lado negro, com um ponto branco e um lado branco com um ponto negro. Quem conseguir visualizar esta complementaridade, poderá se distanciar das visões parciais e comprometidas e traçar um caminho mais seguro para uma visão verdadeiramente livre.   

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