terça-feira, 25 de junho de 2013

Esquerda, direita

Antônio Prata

A esquerda acha que o homem é bom, mas vai mal – e tende a piorar. A direita acredita que o homem é mau, mas vai bem – e tende a melhorar.
A esquerda acusa a direita de fazer as coisas sem refletir. A direita acusa a esquerda de discutir, discutir, marcar para discutir mais amanhã, ou discutir se vai discutir mais amanhã e não fazer nada. (Piada de direita: camelo é um cavalo criado por um comitê).

Temos trânsito na cidade. O que faz a direita? Chama engenheiros e constrói mais pontes. Resolve agora? Sim, diz a direita. Mas só piora o problema, depois, diz a esquerda. A direita não está preocupada com o depois: depois é de esquerda, agora é de direita.
Temos trânsito na cidade. O que faz a esquerda? Chama urbanistas para repensar a relação do transporte com a cidade. Quer dizer então que a Marginal vai continuar parada ano que vem?, cutuca a direita. Sim, diz a esquerda, mas outra cidade é possível mais pra frente. A direita ri. “Outra” é de esquerda. “Isso” é de direita.

Direita e esquerda são uma maneira de encarar a vida e, portanto, a morte. Diante do envelhecimento, os dois lados se dividem exatamente como no urbanismo. Faça plásticas (pontes), diz a direita. Faça análise, (discuta o problema de fundo) diz a esquerda. (“filosofar é aprender a morrer”, Cícero). Você tem que se sentir bem com o corpo que tem, diz a esquerda. Sim, é exatamente por isso que eu faço plásticas, rebate a direita. Neurótica! — grita a esquerda. Ressentida! — grita a direita.

A direita vai à academia, porque é pragmática e quer a bunda dura. A esquerda vai à yoga, porque o processo é tão ou mais importante que o resultado. (Processo é de esquerda, resultado, de direita).

Um estudo de direita talvez prove que as pessoas de direita, preocupadas com a bunda, fazem mais exercícios físicos do que as de esquerda e, por isso, acabam sendo mais saudáveis, o que é quase como uma aplicação esportiva do muito citado mote de Mendeville, de que os vícios privados geram benefícios públicos — se encararmos vício privado como o enrijecimento da bunda (bunda é de direita) e benefício público como a melhora de todo o sistema cardio-vascular. (Sistema cardio-vascular é de esquerda).
Um estudo de esquerda talvez prove que o povo de esquerda, mais preocupado com o processo do que com os resultados, acaba com a bunda mais dura, pois o processo holístico da yoga (processo, holístico e yoga são de extrema esquerda) acaba beneficiando os glúteos mais do que a musculação. (Yoga já é de direita, diz alguém que lê o texto sobre meus ombros, provando que o provérbio correto é “pau que nasce torno, sempre se endireita”).

Dieta da proteína: direita. Dieta por pontos: esquerda. Operação de estômago: fascismo. Macrobiótica: stalinismo. Vegetarianismo: loucura. (Foucault escreveria alguma coisa bem interessante sobre os Vigilantes do Peso).

Evidente que, dependendo da época, as coisas mudam de lugar. Maio de 68: professores universitários eram de direita e mídia de esquerda. (“O mundo só será um lugar justo quando o último sociólogo for enforcado com as tripas do último padre”, escreveram num muro de Paris). Hoje a universidade é de esquerda e a mídia, de direita.

As coisas também mudam, dependendo da perspectiva: ao lado de um suco de laranja, Guaraná é de direita. Ao lado de uma Coca-Cola, Guaraná é de esquerda. Da mesma forma, ao lado de um suco de graviola, pitanga ou umbu (extrema-esquerda), o de laranja vira um generalzinho. (Anauê juice fruit: 100% integralista).

Leão, urso, lobo: direita. Pinguim, grilo, avestruz: esquerda. Formiga: fascismo. Abelha: stalinismo. Cachorro: social democrata. Gato: anarquista. Rosa: direita. Maria sem-vergonha: esquerda. Grama: nacional socialismo. Piscina: direita. Cachoeira: esquerda. (Quanto ao mar, tenho minhas dúvidas, embora seja claro que o Atlântico e o Pacífico estejam, politicamente, dos lados opostos aos que se encontram no mapa). Lápis: esquerda. Caneta: direita. Axilas, cotovelo, calcanhar: esquerda. Bíceps, abdomem, panturrilha: direita. Nariz: esquerda. Olhos: direita. (Olfato é sensação, animal, memória. Visão é objetividade, praticidade, razão).

Liquidificador é de direita. (Maquiavel: dividir para dominar). Batedeira é de esquerda. (Gilberto Freyre: o apogeu da mistura, do contato, quase que a massagem dos ingredientes). Mixer é um caudilho de direita. Espremedor de alho é um caudilho de esquerda. Colher de pau, esquerda. Teflon, direita. Mostarda é de esquerda, catchupe é de direita — e pela maionese nenhum dos lados quer se responsabilizar. Mal passado é de esquerda, bem passado é de direita. Contra-filé é de esquerda, filé mignon é de direita. Peito é de direita, coxa é de esquerda. Arroz é de direita, feijão é de esquerda. Tupperware, extrema direita. Cumbuca, extrema esquerda. Congelar é de direita, salgar é de esquerda. No churrasco, sal grosso é de esquerda, sal moura é de direita e jogar cerveja na picanha é crime inafiançável.

Graal é de direita, Fazendinha é de esquerda. Cheetos é de direita, Baconzeetos é de esquerda e Doritos é tucano. Ploc e Ping-Pong são de esquerda, Bubaloo é de direita.
No sexo: broxada é de esquerda. Ejaculação precoce é de direita. Cunilingus: esquerda. Fellatio: direita. A mulher de quatro: direita. Mulher por cima: esquerda. Homem é de direita, mulher é de esquerda. (mas talvez essa seja a visão de uma mulher — de esquerda).

Vogais são de esquerda, consoantes, de direita. Se A, E e O estiverem tomando uma cerveja e X, K e Y chegarem no bar, pode até sair briga. Apóstrofe ésse anda sempre com Friedman, Fukuyama e Freakonomics embaixo do braço. (A trema e a crase acham todo esse debate uma pobreza e são a favor do restabelecimento da monarquia).
“Eu gostava mais no começo” é de esquerda. “Não vejo a hora de sair o próximo” é de direita.

Dia é de direita, noite é de esquerda. Sol é de direita, lua é de esquerda. Planície é de direita, montanha é de esquerda. Terra é de direita, água é de esquerda. Círculo é de esquerda, quadrado é de direita. “É genético” é de direita. “É comportamental” é de esquerda. Aproveita é de esquerda. Joga fora e compra outro, de direita. Onda é de direita, partícula é de esquerda. Molécula é de esquerda, átomo é de direita. Elétron é de esquerda, próton é de direita e a assessoria do neutron informou que ele prefere ausentar-se da discussão.

To be continued (para os de direita)
Under construction (para os de esquerda)

Antônio Prata é autor

terça-feira, 18 de junho de 2013

Não podemos nos alinhar aos Datenas, Jabores e Pondés.

MPL- Movimento Passe Livre (onde tudo começou) questiona a apropriação do movimento pelas pautas da grande mídia. 


O QUE QUEREMOS?

Por Paulo Motoryncolaborador da Revista Vaidapé, estudante de Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP).

Desde o ato da última quinta-feira contra o aumento da passagem do transporte público em São Paulo, em que a violência e a repressão policial viraram notícia em todo o planeta, mais uma ameaça ronda o sucesso das manifestações organizadas pelo Movimento Passe Livre: a instrumentalização do povo.
A evidente mudança de postura da imprensa em relação aos protestos deve ser motivo de desconfiança, não de festa. Isso porque nos últimos dias, imperou o comentário: “Agora até a grande mídia defende as manifestações”. Como se isso fosse algo positivo.
Por um lado, a máxima “não é só pelos 20 centavos” conseguiu convencer diversos setores da população a ir às ruas, por outro, abriu uma questão polêmica: se o aumento da passagem foi só o estopim, o que mais nos incomoda? Quais são os reais motivos do fim da letargia política em São Paulo?
É fato, o reajuste do preço transporte só provocou a revolta necessária para que o paulistano percebesse o óbvio: política se faz nas ruas. No entanto, a recusa ao modelo de sociedade atual tem de ser deixada clara. Isso porque os perigos da apropriação do movimento são reais.


Na sua última edição, Veja contrariou sua linha editorial e se posicionou a favor das manifestações. Quando um veículo que representa o que há de mais reacionário na sociedade apoia movimentos sociais, há no mínimo um ponto de extrema relevância para refletir.
Mas as páginas de Veja só revelam a nova postura dos veículos da imprensa dominante: já que não podem mais controlar ou evitar a multidão, manipulam seus objetivos. De acordo com a revista, o descontentamento dos manifestantes se deve também à corrupção, à criminalidade… Falácia.
É evidente que essas questões também são importantes, mas os jovens que estão nas ruas estão preocupados com questões muito mais profundas. A juventude está mostrando que não quer compartilhar dos valores individualistas, consumistas e utilitaristas da geração de seus pais.
O grito dos jovens está longe de bradar contra os “mensaleiros”, contra a inflação, contra as políticas sociais de transferência de renda. O movimento é progressista por natureza e agora tem de saber lidar com uma ameaça feroz: a direitizacão.
O aparelho midiático que serve a esses interesses já foi acionado. A grande imprensa já está mobilizada para maquiar o movimento de acordo com um ideário conservador, por isso o povo precisa fazer seu recado ser entendido. Sob hipótese nenhuma podemos nos alinhar aos Datenas, Jabores e Pondés.
O que queremos é derrubar as barreiras entre ricos e pobres, quebrar os muros entre centro e periferia, consolidar o povo como um ator político de importância ímpar e lutar por um Brasil com justiça social, sem desigualdade e com oportunidades iguais para todos e todas. Nada mais. E nada menos.
Vamos à luta!
Fonte: 

REVISTA VAIDAPÉ

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Muito além de 20 centavos - matéria exibida pela CNN

O Brasil está atualmente passando por um colapso generalizado de sua infra-estrutura. Há problemas com portos, aeroportos, transporte público, saúde e educação. O Brasil não é um país pobre e as alíquotas são extremamente elevados. Os brasileiros não vêem nenhuma razão para ter essa infra-estrutura ruim quando há tanta riqueza altamente tributada. Nas capitais as pessoas passam até quatro horas por dia no trânsito, ou em seus carros ou transporte público lotado que é de muito má qualidade.

O governo brasileiro tem tomado medidas corretivas para controlar a inflação, cortando impostos e ainda não se deu conta de que o paradigma deve mudar para uma abordagem focada na infra-estrutura. Ao mesmo tempo, o governo brasileiro está se reproduzindo em pequena escala o que a Argentina fez há alguns anos atrás: evitar austeridade e impedir o aumento das taxas de juros, que está levando a alta inflação e baixo crescimento.

Além do problema de infra-estrutura, existem vários escândalos de corrupção que permanecem sem julgamento, e os casos que estão sendo julgados tendem a terminar com a absolvição dos réus. O maior escândalo de corrupção da história do Brasil, finalmente, terminou com a condenação dos réus e, agora, o governo está tentando reverter o julgamento, usando manobras por meio de emendas constitucionais inacreditáveis: uma, a PEC 37, que irá aniquilar os poderes de investigação dos promotores do ministério público delegando a responsabilidade de investigação inteiramente à Polícia Federal. Além disso, outra proposta visa submeter as decisões do Supremo Tribunal Federal ao Congresso - uma violação completa dos três poderes.

Esses são, de fato, as revoltas dos brasileiros.


Os protestos não são meramente isolados, feitos por movimentos sindicalizados ou motins extrema esquerda, como parte da imprensa brasileira diz. Não é uma rebelião adolescente. É a revolta da parte mais intelectualizada da sociedade que quer colocar um fim a essas questões brasileiras. O jovem nacional de categoria média, que tem sido sempre insatisfeito com o esquecimento político, está agora a "despertar" - nas palavras dos manifestantes.

Fonte: CNN - traduzido 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Indígenas ocupam escola municipal em Marechal Thaumaturgo

Indígenas do povo Apolima-Arara ocupam desde a manhã desta segunda feira uma escola municipal no rio Amônia. Eles também fecharam a passagem de embarcações no rio. O ponto de discórdia é a proposta do ICMBio para que os não-indígenas permaneçam dentro da terra demarcada.

A demanda dos indígenas é a indenização das benfeitorias dos não-indígenas que vivem na área que já foi demarcada no ano de 2012. A indenização seria o próximo passo para que as famílias fosse retiradas e pudessem se estabelecer em outro local.

Já houve o compromisso do Governo Federal de que as indenizações ocorreriam até o final do ano, contudo, segundo o coordenador da FUNAI regional do Juruá, Luís Nukini, uma requisição do ICMBio teria parado o processo de indenização em Brasília. Ainda segundo o coordenador, o ICMBio quer a gestão compartilhada da área ouse seja, defende a permanência das famílias na área que hoje pertence à RESEX do Alto Juruá.

Para os indígenas, esta situação é preocupante, pois o modelo de exploração da Resex tem cada vez mais apontado na direção da pecuária e da extração madeireira, o que é incompatível com o modo de vida de subsistência dos indígenas.

No escritório regional do ICMBio em Cruzeiro do Sul, o gestor da RESEX do Alto Juruá não soube informar se esta demanda partiu do escritório regional ou se a requisição de gestão compartilhada partiu de Brasília.

Para Luís Nukini, o problema que acontece hoje em Marechal Thaumaturgo e a interferência do ICM Bio no processo são reflexos da mudança na política do governo federal no processo de demarcação de terras, que permite a intervenção de órgãos como EMBRAPA, IBAMA, Ministério da Agricultura e outros e não mais apenas a FUNAI. Um projeto de lei em tramitação no congresso retira do executivo para o legislativo a responsabilidade na demarcação de terras.  


A proposta partiu da bancada ruralista e tem sido acatada pelo governo federal. A ministra da Casa Civil Gleise Hoffman, da Casa Civil determinou a suspensão dos trabalhos demarcatórios no estado do Paraná. Em resposta, indígenas do povo Kaingang ocuparam a sede do PT em Curitiba-PR.    

Leandro Altheman – Juruá On Line
Para ler artigo opinativo sobre a política de Dilma para os povos indígenas, leia mais em  Terra Náuas: Dilma, a ambidestra, quebra as pernas e dá Muleta.
*Fotos: 1- Em reunião protestando contra a proposta de “gestão compartilhada” do ICMBio (fonte: Blog do Lindomar Padilha)

domingo, 2 de junho de 2013

Dilma a ambidestra, quebra as pernas e dá muleta


"A facilidade com que ainda se massacram os direitos e as vidas dos índios é uma homenagem que o Brasil presta ao seu passado genocida. Nisso o Judiciário não tem as mãos menos sujas de sangue do que os portadores das armas assassinas. As liminares e outros volteios judiciais que facilitam a usurpação de terras reconhecidamente indígenas, como se dá agora com a área Buriti, em Mato Grosso do Sul, são uma via direta para a miséria e a morte das populações indígenas."

Jânio de Freitas 02/06/2013 - Folha de S.Paulo


Nesta semana entrevistei o coordenador regional do Programa "Viver Sem Limites" do Governo Federal, destinado às pessoas portadoras de deficiência. O mesmo me apresentou os diferentes pontos do programa, que incluem desde verba específica para os municípios adequarem a acessibilidade aos portadores de deficiências, até ao financiamento para adaptação de residências.

É impossível deixar de notar que o que existe ali, é muito mais do que um programa. É possível ver nas entrelinhas um sentido de cuidar, de elevar a condição humana destas pessoas. Há um toque quase maternal no programa. Impossível também, deixar de notar que o sentido de superação, com ou sem Dilma, é um dos instintos mais poderosos do ser humano e da própria natureza.

Mas é impossível também deixar de comparar a maternal Dilma dos deficientes, dos pobres, dos desamparados, com a bestial Dilma que usa o mesmo poder do Estado para massacrar os povos indígenas.

E fica a pergunta: Porque?

Como uma gestora pode ser tão humana com uma minoria, e tão desumana com outra?

Talvez a diferença seja que os índios andam com suas próprias pernas e nada mais querem do que o seu direito ancestral à terra, ao seu modo de vida e à sua cultura. Eles não precisam da ajuda caridosa de ninguém, muito menos de Dilma.

O que leva Dilma a quebrar as pernas de quem caminha, para depois oferecer muletas?

A mensagem institucional da Copa do Mundo não deixa dúvida: Dilma ambiciona tornar o Brasil uma espécie de "democracia sueca" para inglês ver. E nesta "democracia sueca", parece não haver lugar para quem caminha com as próprias pernas.

Não estou repetindo apenas o velho discurso direitista de que o Bolsa Família "sustente vagabundos". Há vagabundos muito mais nocivos em todos os escalões do governo, abrindo as portas (e as pernas) para favorecer outros tantos que apesar da arrogância, também não se sustentam sem o aparato estatal. São muletas bem mais caras que o bolsa família: o apoio às construtoras, hidrelétricas, mineradoras, petroquímicas, financeiras, e etc.

Depois que os povos indígenas não puderem mas caçar ou pescar, por que suas terras estão tomadas pelo agronegócio, por madeireiras. mineradoras e hidrelétricas, Dilma deverá oferecer também a eles uma muleta. Quem sabe algum "bolsa-sardinha" para que eles comprem o que precisam no supermercado mais próximo?

Dilma mesmo, não caminha com suas próprias pernas. O monstro político por ela comandado é uma espécie de Frankeinstein em que a cabeça é socialista, o coração é populista, e as pernas, são ruralistas.

Mas há também espaço para a diversidade: um braço do monstro é homoafetivo e o outro é evangélico. Isso mesmo, não se enganem, braços balançam em direções opostas, apenas para dar equilíbrio ao movimento.

E o rabo?

Bem, o rabo é de todos nós brasileiros, que ainda esperamos que um dia, educação e cultura de qualidade, possam fazer com que todos caminhem com as suas próprias pernas.

***

*A alcunha de "ambidestra"- foi dada a Dilma pela antropóloga Manuela Carneiro, durante uma entrevista ã Folha de S. Paulo. Leia aqui.

sábado, 1 de junho de 2013

O jogo de cartas marcadas da pseudo-oposição do PMDB

Esqueça a banca de advogados, esqueça os super-poderes do “Leão do Juruá”, esqueça a voz do povo e a de deus, esqueça a macumba, esqueça tudo o que a musa antiga canta por que “valor mais alto se alevanta”.

Segundo uma bem informada fonte, o verdadeiro santo que fez o “milagre” que permitiu que Vagner Sales retornasse ao cargo, mesmo após condenação, tem nome, endereço e filiação partidária.

Segundo esta fonte, cujo nome não revelo nem sob tortura, trata-se do ex-ministro do supremo Ilmar Galvão. Segundo esta tese, seria a força política de Ilmar Galvão, aliado político de Flaviano Melo (PMDB) que estaria sustendo por um fio, Vagner Sales no seu cargo.

Esqueçamos por hora o jogo de cena em que PT e PMDB são adversários políticos, e lembremo-nos que o PMDB nacional é um aliado muito mais importante do PT de Dilma, do que o incerto apoio dos Viana, que inclusive são classificados por setores do PT nacional como “tucanos” e “neoliberais”.

A pseudo-oposição do PMDB Vagneriano não tem motivos para se queixar de “perseguição política” por parte do PT ou de influências do mesmo nas esferas do judiciário.

Isto por que Vagner dispõe de um arsenal político similar e equivalente ao de seus adversários e o usa com a mesma destreza dos mensaleiros condenados que permanecem em seus cargos.


Mas, na magia assim como na política, para tudo há um preço a ser pago e deste, talvez nem os botos desconfiem.