quinta-feira, 10 de julho de 2014

Sacrifícios Humanos de Maias e Astecas: mais uma mentira da Igreja Católica?

Para antropólogo mexicano, sacrifícios humanos de maias e astecas foram inventados para justificar invasão das Américas.

Seria a primeira vez que a Igreja Católica teria mentido?

Frank Díaz

O MITO dos sacrifícios humanos na Mesoamérica

Antes de cair Tenochtitlan, os espanhóis viveram por dois anos com o povo de Anahuac.
Nenhum espanhol testemunhou sequer um único sacrifício humano neste período.
Todas as referências e desenhos de sacrifícios que aparecem nas crônicas do período provem de relatos anteriores.

Pelas leis espanholas só se podem colonizar outras terras, se os seus habitantes cometerem atos de desumanidade ou considerados anti-naturais, como o canibalismo, o sacrifício humano ou sodomia institucional. Portanto, os colonos deveriam inventar ou exagerar para justificar tais atos, se necessário.

Quando os informantes nativos já cristianizados descobriram que os espanhóis precisavam dessa justificativa, houve uma verdadeira avalanche de relatos de sacrifícios humanos que foram incorporados nas crônicas da segunda metade do século 16.
Assim, os informantes puderam manter uma distância a respeito de sua religião ancestral, mesmo à custa de caluniar os seus próprios avós.

A religião anahuaca era muito simbólica e com base nos princípios do mérito e sacrifício, que são exemplificadas por imagens de morte (como a tradicional imagem cristã da crucificação).
Se alguém está inclinado a obter esta informação, é muito fácil de tomar estes emblemas como literais.

Todas as sociedades tiveram formas para se livrar de criminosos e inimigos militares ou políticos, bem como o combate de gladiadores e ritual de auto-imolação. Nenhum criminoso é "sacrificado" ao escalar uma pirâmide para dar alguma dignidade à sua morte. De modo similar, hoje um infrator "frita" em uma cadeira elétrica ou um morre com cocktail químico.

O que poucas sociedades tiveram é uma instituição projetada especificamente para torturar quem discordou da doutrina oficial: a Inquisição. Além disso, seria impossível encontrar outra empresa além do  próprio cristianismo de um caso de sacrifícios humanos tão maciço e sistemático como foram as fogueiras inquisitoriais.

Dois exemplos nos contam a verdade sobre o sacrifício humano na Mesoamérica:

1. Haviam  afirmações de que os maias sacrificavam donzelas no cenote (espécie de laguna subterrânea) em Chichen Itza (México). Quando este foi dragado no início do século 20, foram encontrados os restos mortais de 200 pessoas de todas as idades e sexo. Se considerarmos que o local foi habitado pelo menos 10.000 anos atrás, significariam DOIS AFOGAMENTOS POR SÉCULO, o que parece normal para um bem que cota de tamanho.

2. Alguns pesquisadores respeitáveis ainda repetem o mito de que o jogador de bola mesoamericano era sacrificado após a partida. Eles tiram por literais as imagens de decapitados que aparecem em relevos astecas e maias. Os espanhóis muitas vezes frequentaram esse jogo e o descreveram em detalhes, mas nunca registraram um sacrifício.

O tema do sacrifício humano no México antigo é um exagero de antropólogos e um exemplo da hipocrisia da nossa cultura, pronto para destruir cada último vestígio de uma antiga civilização apenas para encobrir a crueldade chocante e ilegalidade da invasão da América.

Frank Diaz
antropólogo
http://diazfrank.blogspot.mx/

2 comentários:

  1. olá,
    você poderia me indicar fontes sobre esse artigo que tenham paassado por uma revisão historiográfica?É para eu usar no TCC do meu curso. Desde já agradeço.

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    1. Oi Bárbara. Não tenho essa indicações. Fiz apenas uma tradução do texto produzido por este antropólogo mexicano citado no texto. Se souber de algo que corrobore ou conteste essa visão também gostaria de tomar conhecimento.

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